Fornecedor de “bocas” é preso e defesa diz que crack é para uso pessoal
Além da droga, Bruno Pinheiro Dantas estava com pistola e dinheiro, mas nega ligação com tráfico
Bruno Pinheiro Dantas, 32, foi preso nesta quarta-feira (19) em Dourados, a 251 km de Campo Grande, acusado de ser o principal fornecedor de crack em pontos de venda de drogas do Jardim João Paulo II, bairro da região leste da cidade.
Ao perceber a ação policial em sua casa, ele deixou o local em um Palio preto em alta velocidade, foi perseguido e preso na casa da avó, onde tentava se esconder. Bruno estava armado com uma pistola Glock 9 milímetros com 17 cartuchos.
Segundo o delegado Lucas Albé Veppo, da 2ª DP (Delegacia de Polícia), as investigações revelaram que a distribuição de droga nas chamadas “bocas” da região era feita pela mulher de Bruno, mas ela ficou doente e o marido assumiu o serviço. A mulher, conhecida no bairro como “Sandra”, tinha sido presa em 2016 e 2019, por tráfico.
A Seção de Investigação da 2ª DP descobriu que o homem recebia a droga em sua casa, fracionava em porções e abastecia outros traficantes responsáveis pelo armazenamento e comércio de crack.
Durante monitoramento na casa dele, na Rua Antonio do Amaral, Bruno percebeu a ação e deixou o local de carro para se esconder na casa da avó. Ele entrou correndo na casa e foi para o fundo do quintal, onde jogou a pistola e se rendeu. A arma foi localizada pelos policiais. Segundo o auto de prisão em flagrante, parentes do suspeito tentaram impedir a ação policial e um deles teve de ser algemado.
No endereço de Bruno, na Rua Antonio do Amaral, os policiais localizaram mais um carregador de pistola com 9 munições e 100 gramas de crack – parte já fracionada para ser embalada. Também foram apreendidos em torno de R$ 1 mil em espécie.
Testemunhas relataram que a pistola era utilizada pelo acusado para ameaçar moradores, usuários de drogas e familiares de outros traficantes presos, para que o esquema não fosse delatado.
Defesa – O advogado de Bruno, Ronaldo Alves de Oliveira, disse que a droga encontrada na casa era para consumo próprio de seu cliente e que arma era para se defender, pois estaria sendo ameaçado. Sobre o dinheiro, explicou que seria do seguro que Bruno havia recebido do pai.
Em depoimento na delegacia, Bruno manteve a versão. Disse que está “jurado de morte” por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), por isso teria comprado, por R$ 10 mil, a pistola com os dois carregadores e as munições.
Sobre a droga, afirmou que era para consumo, pois é dependente de crack e cocaína. Ele negou ser traficante. Também manteve a versão de que o dinheiro era do seguro do pai, morto há 3 meses. Bruno passará por audiência de custódia amanhã à tarde.