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Interior

Frigorífico demite 500 e prefeitura pede ajuda para evitar desemprego

Caroline Maldonado | 08/04/2015 10:23
Fribrasil tinha capacidade para abater 1,2 mil animais por dia (Foto: Divulgação/Fribrasil)
Fribrasil tinha capacidade para abater 1,2 mil animais por dia (Foto: Divulgação/Fribrasil)

Para conter prejuízos na economia, a prefeitura de Caarapó, a 283 quilômetros de Campo Grande, está buscando apoio de empresas que possam contratar os 500 funcionários demitidos do frigorífico Fribrasil, com o fechamento da unidade, há uma semana. O frigorífico tinha capacidade para abater 1,2 mil animais por dia. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico estima que, por mês, R$ 200 mil deixarão de circular na cidade, que tem pouco mais de 28 mil habitantes.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Clemilson Francisco da Silva, metade dos demitidos do frigorífico moram em Caarapó e os demais são de municípios vizinhos, como Juti e Naviraí. “Esses empregados de fora vinham e deixavam esse dinheiro aqui. Então isso acaba impactando também”, comentou, ao lembrar que o frigorífico havia feito contratações recentemente, portanto uma parte dos demitidos não vai ter acesso ao seguro-desemprego, já que a nova lei exige o mínimo de um ano e meio de carteira assinada para liberar o seguro. “Não sabemos quantas pessoas, mas nos últimos três meses teve contratações consideráveis”.

O secretário disse que se reunirá com algumas empresas da região nessa semana. A concessionária responsável pelas obras da BR-163, CCR MS Via, informou à prefeitura que no mês que vem contratará, pelo menos, 70 pessoas. “Temos as usinas Nova América e Raizen, duas potências que dissolvem essas nossas demandas. Então, esperamos que quem não conseguir emprego na agricultura ou comércio local tenha oportunidade nessas empresas. Já falei como prefeito e vamos fazer visita e apresentar a demanda a esses empresários”, garantiu Clemilson.

Quanto aos motivos do fechamento do frigorífico, o secretário disse que a direção reclamava do preço da arroba do boi e pretende abrir outra unidade em São Paulo. “O Governo do Estado, até onde a gente sabe, deu toda a condição para a instalação do empreendimento, quando foi inaugurado há mais de cinco anos”, comentou, lembrando que a empresa avisou com antecedência sobre as demissões e se comprometeu a pagar todos os direitos aos funcionários.

Crise – O frigorífico Beef Nobre, em Campo Grande, já anunciou o encerramento das atividades, previsto para a próxima terça-feira (14). Com o fechamento das duas unidades, cerca de mil pessoas devem ficar sem emprego, no total.

Recentemente, a Assocarnes (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carnes de Mato Grosso do Sul) informou que a crise no setor se deve a falta de animais para abate, já que muitos criados aqui saem vivos para outros Estados e não são abatidos pelos frigoríficos de MS. Segundo o presidente da entidade, João Alberto Dias, a concorrência é desleal e os frigoríficos esperam que o Governo do Estado crie uma regra tributária, que dificulte a comercialização de cabeças de gado entre produtores daqui e empresas dos Estados vizinhos.

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