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Interior

“Gestão desastrosa”, afirmam índios em protesto contra chefe da Sesai

Moradores da reserva apontam retrocesso na saúde e querem demissão de chefe do polo-base

Helio de Freitas, de Dourados | 03/05/2021 13:34
Manifestantes conversam com policiais federais em prédio ocupado (Foto: Adilson Domingos)
Manifestantes conversam com policiais federais em prédio ocupado (Foto: Adilson Domingos)

Moradores das aldeias Bororó e Jaguapiru consideram “desastrosa” a gestão atual da saúde indígena na reserva de Dourados (a 233 km de Campo Grande), a mais populosa de Mato Grosso do Sul, com pelo menos 18 mil habitantes.

Nesta segunda-feira (3), os índios ocuparam a sede local do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) na Avenida Joaquim Teixeira Alves para exigir a exoneração da chefe do polo-base, Sidneide Alves Boa Sorte. O distrito é a representação da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) nas aldeias.

Segundo os organizadores, o protesto é pacífico e não impede o funcionamento da unidade e o trabalho dos funcionários. Policiais federais estiveram de manhã no local para conversar com os manifestantes.

Em documento enviado do MPF (Ministério Público Federal), ao MPT (Ministério Público do Trabalho) e ao Dsei, os índios afirmam terem tomado a decisão de ocupar o prédio “cansados de tanto desmando, autoritarismo, falta de gestão, ameaça e perseguição contra profissionais”.

Eles acusam a gestão de Sidneide Alves Boa Sorte de manipular membros isolados da comunidade indígena “na tentativa de arregimentar apoio às suas decisões e gestão desastrosa que tendem simplesmente a prejudicar a coletividade da população indígena”.

Os manifestantes afirmam que no polo-base de saúde indígena de Dourados há retrocessos na estrutura e na organização dos programas de saúde. “É com nossa vida que estão brincando de fazer gestão de saúde”.

Segundo líderes do protesto, em plena pandemia de covi-19, profissionais experientes e altamente capacitados estão sendo demitidos sem critério de avaliação, “apenas por perseguição e por falta de gestão e planejamento da própria chefia local”.

Usuários do serviço de saúde e lideranças da reserva afirmam que não aceitam mais a permanência de Sidneide na chefia do polo-base. “Entendemos que não tem condições nem perfil para gerenciar administrativamente as estruturas de saúde da Sesai, que cuida da nossa saúde e da vida dos nossos filhos, netos, pais e avós”.

O Campo Grande News procurou Sidneide Alves Boa Sorte, mas ela disse que apenas o Dsei irá se manifestar sobre o caso. A reportagem não conseguiu falar com a assessoria de imprensa do distrito sanitário.

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