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Interior

Greve na UFGD completa um mês e reitora declara apoio ao movimento

Professores, administrativos e até estudantes da maior universidade pública do interior de MS estão paralisados desde o fim de maio

Helio de Freitas, de Dourados | 29/06/2015 10:27
Liana Calarge, reitora da UFGD, com representantes dos grevistas (Foto: Divulgação)
Liana Calarge, reitora da UFGD, com representantes dos grevistas (Foto: Divulgação)

A greve de servidores da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e do HU (Hospital Universitário) completa um mês nesta segunda-feira. São 500 professores e pelo menos 950 administrativos. Em apoio aos docentes e demais funcionários da maior universidade pública do interior de Mato Grosso do Sul, os nove mil alunos também aderiam à paralisação.

No fim de semana, em reunião com representantes dos grevistas que fazem parte do Fórum Permanente sobre Pauta Local, a reitora da UFGD, Liane Calarge, declarou apoio à greve nacional de docentes, administrativos e alunos de universidades federais.

Contra os cortes – Liane Calarge propôs ao fórum a produção até 6 de julho de um documento de apoio à UFGD contra os cortes do governo federal, que a princípio seriam de 10% no custeio e 47% no investimento. Nos dias 8 e 9, a reitora participará de uma reunião da ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) para discutir os cortes e também de um seminário sobre orçamento.

No dia 13 de julho, Liana Calarge se reunirá com o secretário executivo do Ministério da Educação, em Brasília, para tratar especificamente da UFGD e dos cortes na universidade. Após o encontro a reitoria terá um posicionamento sobre o impacto dos cortes, mas já informa que não haverá recursos para novas obras. O restante da verba será utilizado para concluir as obras em andamento.

Calendário – Liana Calarge e o vice-reitor Márcio Eduardo de Barros se manifestaram favoráveis à suspensão do calendário acadêmico de graduação e solicitaram um parecer jurídico da procuradoria sobre a suspensão.

Se o parecer apontar que não existiriam problemas nesse sentido, a reitoria encaminharia a suspensão do calendário para a pauta da reunião do CEPEC (Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura).

Sobre o calendário da pós-graduação, a reitora chamou a atenção para a necessidade de discussão desse tema na Câmara de Pós-Graduação, por causa da falta de flexibilidade de prazos das pesquisas e dos órgãos de fomento à pesquisa.

Através da assessoria, a reitora anunciou que se o governo federal decidir pelo corte do ponto, promete “brigar” em defesa do pagamento dos salários.

Médicos em greve – De acordo com a assessoria de comunicação do HU, oito médicos que atendem no ambulatório aderiram à greve até agora. Por isso, as especialidades atendidas por eles não estão fazendo novas consultas, apenas retornos.

Ainda conforme a assessoria, na clínica médica, onde são feitas internações, 20 dos 50 leitos estão vagos. Na clínica cirúrgica, dos 29 leitos, 13 estão vagos por causa da greve.

Os exames, laboratoriais e de imagem, que segundo o comando de greve seriam reduzidos em 50% a partir de 15 de junho, continuam sendo feitos normalmente. Os dois setores, mesmo com adesão de alguns servidores à greve, estão com funcionamento integral, segundo a assessoria. Já setores administrativos funcionam com escala de 50% de servidores.

Reivindicações – Os administrativos reivindicam reposição salarial de 27,3%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salário, suspensão dos cortes orçamentos das instituições de ensino, fim da terceirização e melhoria de outros benefícios, como auxílio-alimentação.

As reivindicações nacionais dos docentes fazem parte de cinco eixos – defesa da universidade pública, condições de trabalho, autonomia das universidades, valorização salarial de ativos e aposentados e reestruturação da carreira dos docentes.

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