Incêndio em canavial destrói áreas protegidas e gera multa de R$ 4,8 milhões
Laudo aponta que fogo começou em maquinário agrícola; mais de 1,4 mil hectares foram atingidos
Um incêndio de grandes proporções durante a colheita de cana-de-açúcar, em agosto deste ano, devastou plantações e áreas de preservação permanente em Angélica, a 270 quilômetros de Campo Grande. O fogo teve início em um equipamento agrícola e se espalhou rapidamente, levando o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul a aplicar multa de R$ 4,8 milhões à empresa responsável.
De acordo com laudo técnico, o incêndio começou em um maquinário conhecido como transbordo e atingiu tanto áreas de cultivo quanto vegetação nativa em propriedades vizinhas. O levantamento do Imasul contabilizou 1.463,8 hectares destruídos — 1.401,2 hectares de área agropastoril e 62,6 hectares de mata nativa.
As chamas se alastraram em direção norte-sul, impulsionadas pelo vento, e deixaram marcas de chamuscamento no maquinário identificado como ponto inicial do fogo.
Com base no Decreto Federal nº 6.514/2008, que define penalidades de R$ 3 mil por hectare de área agropastoril e R$ 10 mil por hectare de vegetação nativa destruída, o Imasul autuou a empresa em R$ 4.836.000,00.
Também foi exigida a elaboração de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), medida obrigatória para recompor as áreas de vegetação nativa queimadas.
A Polícia Militar Ambiental registrou ocorrência e encaminhou relatório técnico à Delegacia de Polícia de Angélica para apuração de eventual crime ambiental. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul acompanha o caso e conduz diligências para ouvir envolvidos e reunir provas que possam embasar futura ação judicial.


