Inquérito sobre incêndio criminoso que matou seis será concluído neste mês
Com o laudo da reconstituição em mãos, o delegado Leandro Costa de Lacerda Azevedo irá concluir, até o final da semana que vem, o inquérito do incêndio criminoso que matou seis pessoas em uma conveniência, em Coronel Sapucaia, a 400 quilômetros de Campo Grande.
O mecânico Edson da Silva, 34 anos, confessou ter provocado o incêndio no dia dois de maio deste ano e está preso desde o dia 10 de julho. Ele disse que usou gasolina da própria moto para por fogo na casa, depois de golpear a esposa, os filhos, o enteado, a sogra e cunhado.
O laudo da reconstituição elaborado pela perícia de Campo Grande será confrontado com os laudos técnico e necroscópico, que mostraram que todas as vítimas morreram por asfixia. A tragédia matou os filhos de Edson; Sabrina, 4 anos e Stefani, de 10 meses; além do enteado Thiago, 10 anos, a esposa Vanussa dos Santos, 26 anos, o irmão dela, Alejandro dos Santos, 22 anos e a mãe deles, Rosângela dos Santos, 50 anos.
O confronto entre as informações da perícia são importantes para se ter certeza de cada fato ocorrido no dia do crime e especificar a pena para o acusado, conforme o delegado. “Faremos o estudo com todos os laudos para para verificar a possibilidade de quilo que o Edson falou não ter ocorrido”, explicou Leandro.
O crime - Edson contou aos peritos que, por volta das 2h da manhã, deu uma paulada na cabeça de Vanusa após discussão por causa de ciúmes. A sogra, Rosângela e o cunhado Alejandro, acordaram com a confusão e foram até o quarto do casal ver o que havia acontecido. Nesse momento, eles também foram golpeados. Edson disse que o cunhado foi agredido por duas vezes, uma no braço e outra na cabeça.
Os três desmaiaram e Edson arrastou a sogra e o cunhado para um dos quartos, foi até o cômodo onde estavam as crianças e golpeou primeiro o menino de 10 anos e depois os outros dois filhos deles. Ele então colocou a mulher e as crianças no banheiro e ficou perambulando pela casa, quando ouviu a criança mais velha dizer “tio não me mate”. Ele voltou no banheiro e deu mais uma paulada na cabeça das duas crianças mais velhas. Edson então foi até o quintal tirou a gasolina da moto dele e despejou nos cômodos e nas paredes onde estavam os corpos, antes de atear fogo no local.
Nos dias seguintes, Edson disse a reportagem que não tinha suspeitos e acreditava que poderia ter ocorrido uma panê na instalação elétrica na casa. Dias depois ele levantou suspeitas sobre o cinhado Alejandro, ao afirmar que o rapaz já havia tentado suicídio e tinha problemas de relacionamento com a família. Com a revolta da população, que o acusava pelo crime, ele chegou a se mudar para a casa de uma irmã em Naviraí, onde foi preso.