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Interior

Juiz determina bloqueio de propriedades rurais e contas de Câmara Municipal

Viviane Oliveira e Caroline Maldonado | 25/11/2014 12:00
A operação foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, braço forte do MPE) no dia 4 de novembro deste ano. (Foto: divulgação/MPE)
A operação foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, braço forte do MPE) no dia 4 de novembro deste ano. (Foto: divulgação/MPE)

O juiz substituto, Evandro Endo, suspendeu nesta segunda-feira (24) contratos da Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo com 13 empresas, determinou o bloqueio de duas propriedade rurais e das contas do Legislativo, além de pedir o afastamento da vereadora Lucineide Friosi (PSC).

O mesmo juiz já havia afastado sete vereadores e cinco servidores públicos investigados na Operação Viajantes, deflagrada para apurar a “farra das diárias” pagas indevidamente para aumentar os ganhos mensais de vereadores, além de gastos exagerados com contratações de empresas terceirizadas de informática, publicidade, assessorias jurídicas, contábeis e fornecedores diversos, com realização de procedimentos licitatórios fraudulentos. No total, dos onze vereadores da cidade, oito foram afastados.

A ação é resultado de investigação conduzida pela Promotoria de Justiça de Ribas do Rio Pardo, que apurou irregularidades no pagamento de diárias a vereadores e servidores de desvio de recursos públicos, por meio de contratações de empresas sem licitação ou por procedimentos licitatórios que não passavam de farsa, para beneficiar empresas de familiares e de amigos dos agentes públicos. A investigação revelou ainda que os agentes públicos forjavam viagens e participações em eventos e reunião fora do município para receberem indevidamente valores relativos a diárias.

O juiz Evandro Endo em decisão tomada nesta semana, decidiu pela suspensão dos contratos administrativos firmados pela Câmara com a empresa Agili; empresa Antonio Luperini; Supermercado São Marcos; Fixa Comunicação e Eventos; empresa Climat; Pradebon; Cury & Luna Advogados Associados; Empresa Weliton Cassio Matos Camargo; empresas Atlas Assessoria, MS Planejamento Contábil; empresa E. da. Dos Santos; empresa Diverse e empresa Famma.

A pedido do Ministério Público, o juiz determinou provisoriamente o bloqueio das contas da Casa de Leis, porque o Presidente da Câmara e o contator, que tem amplos poderes para movimentação financeira e que estão de posse dos talões de cheque, não foram mais localizados depois da decisão que os afastaram dos cargos.

Vereadora afastada - Já a vereadora Lucineide Friosi foi afastada por improbidade administrativa, ajuizada pelo representante do Ministério Público Estadual de Ribas do Rio Pardo. Ela foi denunciada porque, entre os meses de fevereiro a novembro de 2013, no exercício do cargo eletivo de vereadora, exigiu, parte da remuneração paga a uma assessora parlamentar por ela nomeada. Além disso, há indícios de que a vereadora participava no esquema de recebimento indevido de diárias.

Sequestro de bens - O juiz Marcelo Andrade Campos Silva, que atua em substituição legal na Comarca, determinou o sequestro de duas chácaras no município, em tese, adquiridas com recursos de origem não comprovada pelo presidente, vereador Betinho.

Ontem (25), o mesmo juiz, em outra ação, determinou a sustação de todos os cheques que foram emitidos pela Câmara Municipal e mandou o presidente interino que convocasse oito vereadores suplentes para ocupar o lugar dos afastados.

O Campo Grande News entrou em contato com a Agili, mas no momento não havia nenhum responsável para falar sobre o assunto. A Cury e Luna advogados associados e a Atlas Assessoria não atenderam as ligações. A empresa Antônio Luperini, de Mato Grosso, não funciona mais no local divulgado na lista telefônica e a empresa que atua no local atualmente informou um número telefônico inexistente para contato com o senhor Antônio Luperini. Já o contato telefônico fornecido no blog da empresa Fixa Comunicação, não atendeu as ligações feitas pela reportagem, nesta manhã.

A reportagem entrou em contato com a Câmara Municipal da cidade para falar sobre o assunto e solicitar identificação precisa ou contato das demais empresas que tiveram contratos suspensos, mas os assessores de imprensa e jurídicos não foram localizados pela secretaria da Câmara. 

Não foram localizados, pela reportagem, os contatos das empresas Supermercado São Marcos, E. da. Dos Santos, Climat,Pradebom, MS Planejamento Contábil, Famma WelitonCassio Matos Camargo, a partir das identificações de razão social divulgadas pelo MPE

Afastados - Além da vereadora Lucineide Friosi (PSC), foram afastados os vereadores Adalberto Alexandre Domingues, o Betinho, presidente da Câmara, Antonino Ângelo da Silva, vice-presidente, Célia Regina Ribeiro, Cláudio Roberto Siqueira Lins, Diony Erick Lima, Fabiano Duarte de Souza e Justino Machado Nogueira. Os servidores Gil Nei Paes da Silva, assessor e pregoeiro da Câmara; Cacildo Camargo, diretor da Casa; Marcos Gomes da Silva Junior, presidente da comissão de licitação; Natanael Godoy Neto, procurador jurídico e Walter Antônio, contador do legislativo municipal. 

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