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Política

Vereadores gastaram R$ 25 mil em churrascarias e desviaram R$ 3,5 mi

Priscilla Peres | 14/11/2014 17:34
Gaeco apreendeu documentos que comprovam fraudes durante a Operação Navegantes. (Foto: MPE/MS)
Gaeco apreendeu documentos que comprovam fraudes durante a Operação Navegantes. (Foto: MPE/MS)

Vereadores de Ribas do Rio Pardo - distante 103 km de Campo Grande, gastaram mais de R$ 25 mil de dinheiro público em churrascarias do município e da Capital. Eles também são acusados de desviar R$ 3,5 milhões dos cofres públicos com fraudes em licitações e a falsificação de documentos para recebimento de diárias.

Segundo documentos apreendidos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) durante a Operação Viajantes, os números que denunciam o esquema criado por vereadores e servidores público ainda são parciais, mas já revelam também que de janeiro a setembro de 2014, o Legislativo consumiu R$ 600 mil de recursos públicos com o pagamento de diárias, que chegariam ao valor de R$ 750 para cada dia de deslocamento dentro do Estado, e R$ 1.500 para cada dia de viagem fora do Estado.

Sete vereadores e cinco servidores municipais foram afastados por meio de liminar e tiveram seus bens bloqueados, conforme decisão do juiz substituto da comarca de Ribas do Rio Pardo, Evandro Endo. A promotoria apurou irregularidades no pagamento de diárias a vereadores e servidores, desvio de recursos públicos por meio de contratação de empresas sem licitação e com procedimentos ilegais, para beneficiar familiares e amigos dos acusados.

Ainda de acordo com a investigação do MPE/MS, os vereadores faziam saques de dinheiro em um supermercado do município, pagavam pensão alimentícia com dinheiro público, forjavam relatórios de viagens e ensinavam os colegas a seguir com os esquemas fraudulentos. O ministério fez uma relação de crimes cometidos por cada um dos acusados.

Envolvidos - Foram afastados de seus cargos, por meio de liminar, os vereadores Adalberto Alexandre Domingues, Antonino Ângelo, Diony Erick, Vereador Cláudio Lins, Fabiano Duarte, Célia Regina e Justino Machado. Além dos servidores públicos diretor Cacildo Pedro Camargo, contador Walter Antônio, presidente da Comissão de Licitação Marcos Gomes da Silva Junior, pregoeiro Gil Nei Paes da Silva e o assessor jurídico Natanael Fernandes Godoy Neto.

Todos foram enquadrados nos termos do art. 20, parágrafo único, da Lei nº 8.429/92). Na ação do MPMS ainda são denunciados o Instituto Sul Brasileiro de Administração Ltda (ISAP), 2D – D&D Organização Ltda e Edmilson Dias Barbosa.

A partir de agora todos estão com seus bens bloqueados e impedidos de fazer saques, resgates, retiradas, pagamentos, compensações e qualquer outras operações que impliquem em liberação de valores. O MPE/MS também solicitou à Receita Federal as respectivas declarações de Imposto de Renda dos últimos cinco anos.

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