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Interior

Justiça Federal revoga ordem de prisão do "chefão" dos mercenários

Pecuarista enfrenta outros dois mandados de prisão e segue procurado no Brasil e Paraguai

Por Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | 21/09/2023 20:32
Antonio "Dom" Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, em foto publicada nas redes sociais. (Foto: Reprodução)
Antonio "Dom" Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, em foto publicada nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

A 23ª Vara Federal de Curitiba (PR) revogou uma das três ordens de prisão de Antonio "Dom" Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, 30, pecuarista apontado como chefe do grupo de mercenários alvo do operação realizada pela Polícia Federal no mês de julho.

De acordo com o portal paraguaio ABC Color, o juiz Miguel Ángel Palacios Méndez recebeu nota da Embaixada Brasileira em Assunção, no dia 31 de agosto, informando que "não persiste o interesse do Estado brasileiro na extradição do acusado diante o crime de tráfico de drogas, cometido em dezembro de 2021".

À época, Nivaldo Brunoni, juiz titular da vara, decidiu revogar a ordem de prisão preventiva por "falta de provas da materialidade do crime". Sob este pressuposto, o magistrado paraguaio decidiu acatar a decisão, além de revogar das medidas cautelares ordenadas contra Dom.

Entretanto, o Campo Grande News apurou com fontes da Polícia Federal que existem outros dois mandados de prisão em vigor contra o foragido. Inclusive o da Operação Magnus Dominus, deflagrada no dia 29 de junho. Segundo apurado, mesmo com a revogação atual, ele continua na lista para fins de extradição.

Vale ressaltar que a mansão do pecuarista foi alvo da Operação Helix, também da Polícia Federal, em 11 de maio deste ano. Na ocasião, a viatura estacionada em frente ao imóvel na Avenida Brasil repetiu cena de 19 de novembro de 2019, quando ele foi preso na operação Patrón, etapa da Lava Jato que mirou Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”. A ação penal da Patrón foi trancada pela Justiça.

Procurado pela Interpol, pecuarista está foragido desde julho. (Foto: Arquivo)
Procurado pela Interpol, pecuarista está foragido desde julho. (Foto: Arquivo)

De família tradicional da fronteira, Antonio está foragido desde 30 de junho. Na Operação Magnus Dominus, a quadrilha de paramilitares especializada em guerras e no combate a piratas na Somália foi alvo de 12 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Foram presos nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego. Um dos alvos foi o 3º sargento da PM (Polícia Militar) Ygor Nunes Nascimento, 36 anos, conhecido como “Roma” ou “Romanov”.

“A investigação demonstra que Motinha colocou em sua rotina de vida (já que andava escoltado) e de seus atos ilícitos (tráfico de drogas) a atuação desse grupo de homens fortemente armados e com grande know-how policial/militar, sendo denominado por enésimas vezes pelos órgãos de investigação (MPF e DPF) como mercenários”, informa o despacho que autorizou a prisão.

A quadrilha atuava no tráfico de drogas e armas na fronteira entre MS e Paraguai. As investigações mostraram que a organização criminosa detinha de grande poder bélico, com equipamentos de última geração. Coletes a prova de balas, drones, óculos de visão noturna, granadas e armamento de grosso calibre como fuzis .556, 762 e .50, capazes de perfurar blindagens e abater aviões.


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