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Interior

Justiça manda, sem-terra deixa usina de Bumlai e planeja nova invasão

Grupo com 200 pessoas invadiu o local nesta manhã; Manifestantes exigem três áreas para reforma-agrária em Mato Grosso do Sul

Yarima Mecchi e Helio de Freitas, de Dourados | 27/03/2017 12:47
Líder dos manifestante em conversa com policia. (Foto: Helio de Freitas)
Líder dos manifestante em conversa com policia. (Foto: Helio de Freitas)

O grupo com cerca de 200 sem-terras que invadiu a Usina São Fernando, em Dourados - distante 233 km de Campo Grande - deixou o local no fim da manhã desta segunda-feira (27). Os membros do MSTB (Movimento Sem Terra do Brasil) ficaram cerca de sete horas no local e saíram após a determinação de reintegração de posse concedida pela Justiça à usina.

Cumprindo a ordem judicial, os manifestantes garantiram que vão retornar ao local quantas vezes forem preciso. Baseados em um decreto do extinto MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), os sem-terra querem a desapropriação da propriedade, que de acordo com o decreto, destinaria para a reforma agrária as terras de grandes devedores da União.

Com dívida superior a R$ 50 milhões, os sem-terra exigem três áreas para reforma-agrária em Mato Grosso do Sul, sendo elas São Marcos, a Santa Inez, que fica em Rio Brilhante e também é da família Bumlai e a Adorfato, localizada em Ribas do Rio Pardo.

"Quantas reintegrações forem feitas, quantas vamos voltar. Eles (donos) vão gastar muito dinheiro com advogado e papel. Saímos hoje, mas já tem data para voltarmos", ressaltou um dos líderes do movimento, Vanildo Elias Oliveira, conhecido como Douglas.

Manifestantes durante ocupação. (Foto: Helio de Freitas)
Manifestantes durante ocupação. (Foto: Helio de Freitas)

A reintegração foi feita de forma pacífica, mas danos materiais foram encontrados no local. Na recepção da empresa e no refeitório há vidros quebrados, além de portas e janelas danificadas. O comandante da PM, Carlos Silva, disse que o grupo vai responder pelos danos.

Instável - Durante a ocupações o clima estava instável, os manifestantes não gostaram da presença do procurador do MPT (Ministério Público do Trabalho) de Dourados, Jefferson Pereira, no local e afirmaram que eles estava defendendo os empresários.

O procurador informou que foi ao local porque funcionários estavam sendo impedidos de entrar e de sair da usina. Jefferson garantiu que estava no local somente para garantir os direitos dos funcionários.

O Movimento negou que impediu qualquer pessoa de ficar ou sair da usina. Com a saída dos manifestantes, funcionários que estavam com receio de entrar no local voltaram ao posto de trabalho normalmente.

Ilegal - Nesta manhã o advogado da usina São Fernando e Fazenda São Marcos, André Carvalho Pagnoncelli, informou que a invasão é arbitrária e que determinação judicial datada de 6 de março de 2017 considera ilegal qualquer invasão às áreas.

"São pessoas comprometidas com a desordem. Eles não cumprem determinação judicial e esperamos que ainda hoje, com apoio da polícia, a lei seja cumprida e sejam retirados de lá", informou o advogado.

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