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Interior

Mais três acusados de participação em assassinato de advogado são presos

Helio de Freitas, de Dourados | 30/10/2014 10:46
Representantes da OAB em frente ao 1º Distrito Policial após reunião com delegados, em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Representantes da OAB em frente ao 1º Distrito Policial após reunião com delegados, em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

Foram presos ontem em Dourados, a 233 km de Campo Grande, mais três homens acusados de participação no assalto que terminou com a morte do advogado Márcio Alexandre dos Santos, 36 anos, ocorrido na madrugada de sábado. A informação é do presidente da Comissão de Direitos Humanos da subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Márcio Fortini, que acompanha as investigações.

Outro envolvido já tinha sido autuado em flagrante no dia do crime, após ser deixado pelos cúmplices em um hospital de Dourados. Isaac Daniel Gonçalves Baptista, 22 anos, acabou ferido na troca de tiros entre os assaltantes e um policial federal, amigo do advogado morto.

O policial se apresentou à polícia no mesmo dia e disse que o advogado ficou na linha de fogo durante o tiroteio. Márcio Alexandre foi atingido por oito tiros, sendo cinco nas costas. A suspeita é que ele tenha sido alvejado por disparos feitos pelo amigo policial e pelos assaltantes.

Os nomes dos suspeitos presos ontem não foram revelados para não comprometer as investigações, já que a polícia ainda tenta chegar ao quinto envolvido no crime, que seria a pessoa que encomendou a caminhonete roubada do advogado, uma Hilux SW4 de cor preta.

Márcio Fortini informou ao Campo Grande News que os três acusados foram presos em Dourados e autuados em flagrante também por tráfico de drogas. “A investigação mostra que a caminhonete foi usada como moeda para pagamento de droga”, informou o advogado. A caminhonete teria sido levada para o Paraguai pelo homem que ainda não foi localizado.

Reconstituição – Ontem à tarde, o presidente da seccional da OAB em Mato Grosso do Sul, Júlio Cesar Souza Rodrigues, o presidente da subseção de Dourados Felipe Cazuo Azuma e outros advogados se reuniram com os delegados Lupércio Degerone, responsável pelo inquérito sobre a morte de Márcio Alexandre, e com o delegado titular do SIG (Serviço de Investigações Gerais) Adilson Stiguivitis, para cobrar celeridade nas investigações.

Ao Campo Grande News, Júlio César informou hoje de manhã que a intenção da polícia é fazer a reconstituição do crime dentro de uma semana. “A reunião foi produtiva. Pedimos que se faça o mais rápido possível o exame de balística e a reconstituição dos fatos para se chegar a uma conclusão. É importante ter esse laudo para confirmar ou não se os tiros saíram da pistola do policial e como aconteceram os fatos, pois existe uma contradição”, afirmou.

Júlio César informou que hoje voltará a conversar com o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública Wantuir Jacini, para cobrar rapidez na conclusão dos laudos que estão sendo feitos em Campo Grande.

Em Dourados circularam rumores levantando suspeitas sobre o episódio que culminou com a morte do advogado, inclusive de que o policial estaria envolvido no crime. A polícia, no entanto, descarta essa suspeita. “Essa hipótese de que ele teria participação no roubo, ou mesmo que teria participado de uma espécie de ‘armação’ para contribuir com o roubo, isso não existe”, afirmou o delegado Lupércio Degerone ao site Douranews.

Segundo o delegado responsável pelo inquérito, o que existe de concreto é que Márcio Alexandre e o policial federal retornavam de uma festa e pararam para urinar na rua Albino Torraca, onde foram assaltados. O policial reagiu, um dos assaltantes foi baleado, o advogado morreu e a caminhonete foi roubada.

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