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Interior

Ministro e chefe do MP são convocados para explicar morte de deputado

Família anunciou que vai apresentar denúncia de assassinato de Lalo Gomes, ontem, em Pedro Juan Caballero

Por Helio de Freitas, de Dourados | 20/08/2024 15:29
O deputado Lalo Gomes, morto ontem em suposto confronto com policiais paraguaios (Foto: Reprodução)
O deputado Lalo Gomes, morto ontem em suposto confronto com policiais paraguaios (Foto: Reprodução)

O ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera e o procurador-geral do Estado, Emiliano Rolón, foram convocados pela Câmara de Senadores para explicar a operação que resultou na morte do deputado Eulalio Gómes Batista, o “Lalo Gomes”.

Na madrugada de ontem (19) em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Mato Grosso do Sul, equipes de elite da polícia paraguaia invadiram a casa do político do Partido Colorado para cumprir mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Pavo Real II.

Segundo a versão oficial da polícia e do Ministério Público, Lalo teria atirado nos policiais que arrombaram a porta de seu quarto. Ele foi atingido por dois tiros, chegou a ser socorrido, mas morreu em seguida. Laudo inicial da necropsia apontou que o deputado estava agachado, em posição de defesa, no momento em que foi atingido no peito e no queixo.

A família de Lalo Gomes nega que ele tenha atirado nos policiais e anunciou que vai apresentar denúncia formal de assassinato. Investigado por ligação com o narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, Lalo era respeitado na linha internacional como político e criador de gado.

O ministro e o procurador prestarão depoimento em sessão extraordinária e reservada da Câmara Alta (Senado) na manhã desta quarta-feira (21).

A morte de Lalo Gomes gerou crise política no Paraguai. O presidente Santiago Peña, do mesmo partido do deputado, declarou apoio ao ministro do Interior, assim como o presidente da Câmara Baixa, da qual Eulalio fazia parte como legislador. Basilio Núñez, no entanto, cobrou necessidade de esclarecer os fatos.

Outros colegas de parlamento também cobraram investigação rigorosa para esclarecer se Lalo Gomes foi morto em troca de tiros ou se foi executado, como denuncia a família.

A cobrança vem também da “bancada cartista”, formada por políticos colorados ligados ao ex-presidente Horacio Cartes, de quem Lalo era aliado e amigo pessoal. Grupo de deputados chegou a pedir a demissão do ministro do Interior, contrariando posição do presidente da Câmara Baixa, em claro sinal de racha entre a bancada cartista.

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