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Interior

Minotauro, acusado de mandar matar policial, é procurado na fronteira

Imprensa paraguaia revela que traficante se aliou a ex-funcionário de Jorge Rafaat para tentar dominar crime organizado; policial morreu porque descobriu identidade falsa que Minotauro usa no Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 22/03/2018 10:12
Identidade falsa usada por brasileiro em território paraguaio; Sérgio é procurado na linha internacional (Foto: Reprodução)
Identidade falsa usada por brasileiro em território paraguaio; Sérgio é procurado na linha internacional (Foto: Reprodução)

Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, 32 anos, o “Minotauro”, bandido com várias passagens pela polícia paulista, é apontado pela imprensa paraguaia como o mandante do assassinato do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37, ocorrido no dia 6 deste mês em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

Citando fontes da Polícia Nacional, o canal de TV SNT revelou que Minotauro se aliou a um ex-funcionário do chefão Jorge Rafaat Toumani – morto em junho de 2016 – e tenta enfrentar o PCC (Primeiro Comando da Capital) para assumir o controle do tráfico de drogas e de armas na divisa entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. “Belo”, como é conhecido o sócio de Minotauro, era braço direito de Rafaat.

Escondido em Pedro Juan – Procurado no Brasil por crimes em Presidente Prudente e Bauru, no interior paulista, Sérgio Quintiliano Neto aproveitou a fronteira aberta com Mato Grosso do Sul e se refugiou no Paraguai, onde conseguiu tirar uma identidade falsa como cidadão paraguaio de nome Celso Matos Espíndola.

No documento, emitido em 21 de fevereiro de 2017, Celso Matos Espíndola aparece como natural de Ponta Porã, nascido em 27 de janeiro de 1982 e com residência em Pedro Juan Caballero.

O investigador da Polícia Civil sul-mato-grossense teria descoberto que Celso Espíndola era na verdade Sérgio Quintiliano Neto. O Campo Grande News apurou que o traficante acreditava que Wescley Vasconcelos tivesse colocado um rastreador no carro da mulher dele, para descobrir o esconderijo do bandido na fronteira e fazer sua prisão.

Wescley Vasconcelos foi morto com pelo menos 30 tiros de fuzil calibre 7.62 quando chegava à sua casa em Ponta Porã, acompanhado de uma estagiária da Polícia Civil. Os dois estavam em um carro oficial da polícia, mas descaracterizado. A servidora levou um tiro no braço e sobreviveu.

Vereador paraguaio – Minotauro também é acusado de mandar matar o vereador Cristóbal Machado Vera, de Capitán Bado. Envolvido com o tráfico de drogas, o vereador foi executado no dia 9 deste mês pelo pistoleiro Carlos Armoa Escobar, 27.

Após perder uma carga de maconha comprada do vereador, Minotauro teria tentado receber o dinheiro de volta, mas Cristóbal se negou a ressarcir o comprador. O brasileiro acusou Cristóbal de lhe vender a droga e avisar a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) sobre a carga.

Por R$ 50 mil, o brasileiro teria contratado Marcio Ariel Sánchez Giménez, 29, o “Aguacate”, chefe da pistolagem na fronteira, que repassou o serviço para Escobar, por R$ 10 mil. Logo após ser preso, Escobar acusou Aguacate como contratante, mas depois mudou o depoimento e diz que foi contratado pelo traficante paulista.

Para tentar prender Minotauro, a Direção de Investigações da Polícia Nacional montou uma força-tarefa que está fazendo buscas em Pedro Juan Caballero. Entretanto, o bandido é considerado um fantasma, já que desapareceu após a morte do policial.

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