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Interior

Moradores fazem reunião para discutir “picos” de energia em cidade de MS

Reunião na Câmara Municipal de Dois Irmãos do Buriti expôs problema que, segundo empresários, agravou-se há quatro anos e causa prejuízos

Humberto Marques e Mirian Machado | 15/02/2019 18:05
Vista aérea de Dois Irmãos do Buriti; moradores relatam problemas com fornecimento de energia e concessionária promete enviar técnicos. (Foto: Arquivo)
Vista aérea de Dois Irmãos do Buriti; moradores relatam problemas com fornecimento de energia e concessionária promete enviar técnicos. (Foto: Arquivo)

Moradores de Dois Irmãos do Buriti –a 83 km de Campo Grande– se reuniram nesta sexta-feira (15) na Câmara Municipal para cobrar providências quanto a um problema recorrente na cidade, mas que afirmam ter se agravado nos últimos anos: os “picos” no fornecimento de energia elétrica. Diariamente, segundo eles, a cidade enfrenta problemas com o abastecimento, que vão desde oscilações a apagões que duram horas para terminar.

As falhas no sistema são quase tão antigas quanto o município, que se aproxima de seu 30º aniversário. “Isso aí vem de uns 20 anos. Passa prefeito, entra prefeito, e continua”, afirmou Edilson Zandona (PSDB), atual prefeito buritiense. Segundo ele, o município era servido por apenas uma rede de distribuição a partir de Aquidauana, quando as oscilações eram constantes.

Recentemente, uma segunda ligação a partir de Sidrolândia foi inaugurada. “Melhorou a estabilidade da rede, mas aumentaram os picos. São de dois a três por dia, que queimam aparelhos da comunidade. E a reclamação recai sobre o poder público”, ressaltou o prefeito, após o encontro que terminou sem uma resposta sobre a origem do problema –mas que teve compromisso da Energisa de que, em uma semana, serão realizados estudos na rede.

Conforme os moradores, o problema ficou mais grave há cerca de quatro anos, prejudicando também o comércio. Dono de uma conveniência na cidade há dez anos, Jean Andrevepen, 43, afirma que não há um horário para o problema acontecer. “É a qualquer hora: de madrugada, de manhã, à tarde e à noite”, afirmou, apontando prejuízos em seu estabelecimento. “Já queimou motor da câmara fria, disjuntor. Deixei de fabricar gelo porque não consegue nem congelar a água”, afirmou.

Da mesma forma, a contadora Eliane da Silva Rezende, 50, afirma já ter perdido um computador com as oscilações. “Levei para consertar e o técnico disse que era por causa dos picos de energia”, disse. Segundo ela, as falhas independem do clima. “Não é só em dia de chuva. Pode estar um sol escaldante que ocorre do mesmo jeito. Mas quando chove nem trabalhamos, já sabemos que não pode ligar computador”.

O marceneiro Davi da Silva Justino, 42, disse já ter perdido duas geladeiras por conta dos picos de energia. “Minha irmã já teve de trocar quatro”, destacou. Os relatos, frisou, estendem-se até uma rádio local. Mesmo assim, até hoje, não houve um posicionamento claro sobre o problema. “Queremos criar uma comissão para ir a Campo Grande discutir, porque só ligar não está resolvendo”, protestou.

Em nota, a Energisa destacou que, “diante das demandas recebidas na audiência pública que aconteceu em Dois Irmãos do Buriti, irá deslocar na próxima semana uma equipe de especialistas para compreender as causas das solicitações e resolvê-las o mais rápido possível”.

Faturas – Outro tema discutido na audiência pública envolveu os valores das faturas. Andreveppen afirma que, em um ano, viu as contas de seu estabelecimento aumentarem em 100%. Justino, por sua vez, declarou que já deixou de usar o aparelho de ar-condicionado a fim de evitar aumento no consumo.

“A Energisa afirmou que, devido ao calor, aumentou o consumo de energia”, destacou Zandona. O deputado estadual Felipe Orro (PSDB) também participou do encontro, como representante da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor da Assembleia Legislativa –que analisa reclamações semelhantes em todo o Estado.

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