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Interior

Nova facção disputa com PCC lugar de Rafaat, diz polícia paraguaia

Chefe da Polícia Nacional Antinarcóticos disse que narcotraficante morto na semana passada impedia, com balas, avanço de organizações criminosas que dominam presídios brasileiros

Helio de Freitas, de Dourados | 20/06/2016 14:58
Carro blindado de Rafaat foi perfurado a tiros de metralhadora calibre 50 (Foto: Léo Veras)
Carro blindado de Rafaat foi perfurado a tiros de metralhadora calibre 50 (Foto: Léo Veras)

Um novo grupo criminoso, conhecido no Paraguai como Primeiro Grupo Catarinense, seria neste momento o maior rival do PCC (Primeiro Comando da Capital) na disputa pelo controle do tráfico de drogas e de armas na fronteira do Brasil com o Paraguai após a morte do chefão do narcotráfico, Jorge Rafaat Toumani, 56, na semana passada.

Apesar de policiais paraguaios apontarem no fim de semana como o sucessor de Rafaat um brasileiro de 32 anos, conhecido como Gallant, que usa pelo menos três identidades e mantém conexão com o PCC (Primeiro Comando da Capital), o chefe da Polícia Nacional Antinarcóticos, Arsenio Correa, afirma que quadrilhas que operam na fronteira seca entre os dois países desencadearam uma guerra para assumir o controle do tráfico de drogas e armas na região e preencher o vazio deixado por Rafaat.

“O principal beneficiário é o poderoso Primeiro Comando da Capital, mas não se pode descartar a participação de outros grupos, como Comando Vermelho ou Comando Catarinense”, afirmou Correa em entrevista nesta segunda-feira (20) ao jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai.

O grupo catarinense surgiu em 2001, na chamada “ala máxima” da penitenciária de Florianópolis, mas foi fundado dois anos depois, quando o Estado começou a transferir presos para a então recém-construída Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis.

Comparado pelo Ministério Público de Santa Catarina como uma organização típica da máfia, o PGC é financiado pelo tráfico de drogas e de armas, assaltos, furtos, resgate de presos, prostituição e mais recentemente agiotagem.

Pedra no sapato – Segundo o oficial paraguaio, o PCC sempre tentou reforçar sua presença na fronteira, mas tinha Rafaat como uma pedra no sapato, já que o chefão impedia, a tiros, a expansão da organização criminosa do lado paraguaio da fronteira. “Com a morte de Raffat, o PCC abre caminho para garantir as suas aspirações para controlar totalmente o tráfico de drogas e armas na área”, afirmou Correa.

"Rafaat não permitiu a entrada do PCC na área de Pedro Juan Caballero, já que lidava com todo o movimento naquela parte da fronteira. Teve uma eficiente rede de informantes que o mantinha ciente sobre qualquer membro da organização mafiosa que entrasse na zona de sua influência. Mesmo em alguns casos, os homens armados recorreram ao assassinato, para expulsar os concorrentes à bala”, disse Arsenio Correa.

Guerra por três anos – Segundo ele, durante pelo menos três anos, Jorge Rafaat travou uma guerra com o PCC pelo controle do narcotráfico e fornecimento de armas na região de Pedro Juan Caballero.

Apesar de Rafaat ser conhecido como chefe do narcotráfico e condenado no Brasil, a autoridade paraguaia disse que não havia provas das ações criminosas do empresário.

“Foi difícil encontrar evidências de uma ligação entre ele e o tráfico na fronteira, mas suspeita-se que trouxe grandes quantidades de cocaína da Colômbia e da Bolívia, via aérea, para em seguida enviá-las para outras regiões do mundo. Para fazer isso usava portos privados ou carregamentos clandestinos”, disse Correa ao jornal de Assunção.

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