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Interior

Nova operação mira grupo que desmata floresta para plantar maconha

Sementes de árvores nativas foram plantas em área desmatada para cultivo da droga

Por Bruna Marques | 29/06/2024 10:50
Agentes plantando sementes nativas em área desmatada para cultivo da maconha (Foto: Divulgação)
Agentes plantando sementes nativas em área desmatada para cultivo da maconha (Foto: Divulgação)

Grupo criminoso que desmata floresta para plantar maconha virou alvo dos agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do departamento de Amambay, na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, em nova operação batizada como “Restaurar”.

A ação que contou com o apoio do Infona (Instituto Florestal Nacional), tem como objetivo restaurar as áreas desmatadas pelo tráfico de drogas. No lugar das mudas de maconha, os agentes plantaram sementes de espécies nativas.

Após a conclusão da operação “Nova Aliança”, para eliminar roças de maconha na linha internacional do Estado, a nova edição foi concluída. Equipe técnica e operacional foi até o local para plantar as sementes fornecidas pelo Infona.

O crime de tráfico vem depredando grandes áreas florestais da região. Cada hectare de maconha cultivada representa um hectare de árvores nativas retiradas da natureza.

As áreas afetadas serão monitoradas para validar a germinação e desenvolvimento das sementes.

“Nova Aliança” - A Polícia Federal brasileira e a Senad do Paraguai iniciaram no dia 28 de maio a 44ª edição da Operação Nova Aliança, para eliminar roças de maconha na linha internacional com Mato Grosso do Sul.

Coordenadas pelo Ministério Público do país vizinho, as ações ocorrem em áreas de cultivo entre os departamentos de Amambay e Canindeyú, cujas capitais são, respectivamente, Pedro Juan Caballero e Salto Del Guairá.

Segundo a PF, a Nova Aliança é a maior operação policial de erradicação de plantios ilícitos de cannabis do planeta. Dados da UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) indicam que anualmente, 5 mil toneladas de cannabis são apreendidas no mundo em 1 milhão de operações policiais. “A Nova Aliança alcança números semelhantes a cada seis operações realizadas”, afirma a polícia brasileira.

Etapas anteriores da operação erradicaram pelo menos 1.700 toneladas de maconha, quantidade que deixou de abastecer o tráfico internacional de drogas, desarticulando esquemas de envio do entorpecente ao Brasil e descapitalizando as organizações criminosas. Segundo a Senad, as roças de maconha na fronteira são controladas por facções brasileiras.

“A atuação na origem gera relevante economia no que seria investido na etapa investigativa, na fase judicial, na manutenção de presídios e, por fim, no sistema de saúde pública de ambos os países”, afirma a PF.

Para a Polícia Federal, as operações impactam de maneira significativa as estruturas lideradas pelas facções criminosas brasileiras e usam o tráfico de drogas como fonte de capitalização para financiamento de outros crimes, entre os quais o tráfico internacional de armas.

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