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Interior

Oposição recorre à Justiça para suspender eleição em sindicato de professores

Helio de Freitas, de Dourados | 23/10/2014 16:16
Sede do Sindicato dos Professores de Dourados; oposição pediu anulação de eleição após chapa ser impugnada (Foto: Eliel Oliveira)
Sede do Sindicato dos Professores de Dourados; oposição pediu anulação de eleição após chapa ser impugnada (Foto: Eliel Oliveira)

A eleição da nova diretora do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) de Dourados, a 233 km de Campo Grande, marcada para o dia 3 de novembro, vai se transformar em disputa judicial. Os professores Raphael Ramos Spessoto, Claudiomiro Gomes da Silva e José Aureliano da Silva entraram com uma ação na Justiça pedindo a anulação da eleição e apontam uma série de irregularidades, que segundo eles foram cometidas pela atual diretoria e pela comissão eleitoral criada pelo Simted para organizar o pleito.

Três chapas foram inscritas para a disputa, mas apenas a candidatura da atual vice-presidente do Simted, Cleice Jane Barbosa, foi homologada pela comissão. Uma chapa desistiu de recorrer porque o candidato a presidente ocupa cargo de confiança, mesmo argumento alegado pela comissão eleitoral para a impugnação da chapa de Rafael Spessoto. Ele rebate e acusa a chapa de Gleice de também ter integrante com cargo de confiança na prefeitura.

Os três professores que movem a ação fazem parte da chapa “Democracia, Ética e Luta”, impugnada pela comissão responsável em conduzir a eleição na entidade. Ontem de manhã a chapa fez a última tentativa através de um recurso administrativo, mas a impugnação foi mantida e à tarde o grupo protocolou a ação no Fórum de Dourados, com pedido de liminar suspendendo a eleição. Assinada pelo advogado Waldno Pereira de Lucena, a ação tramita na 4ª Vara Cível.

Na ação eles acusam a atual diretoria do Simted de uma série de irregularidades e aponta que o presidente João Vanderley Azevedo e a vice-presidente Gleice Jane Barbosa agem “por vingança” contra os filiados contrários a ela na disputa pela presidência da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), em junho deste ano. Gleice foi derrotada por Roberto Botarelli, que recebeu 70% dos votos.

“As irregularidades são inúmeras: ausência de discussão sobre alteração do estatuto com a categoria, ausência de publicidade das assembleias, teor das atas de assembleias divergente do que foi discutido, as assembleias não são representativas, votaram nas assembleias membros não associados, o processo eleitoral foi alterado a menos e um ano das eleições”, diz trecho da ação à qual o Campo Grande News teve acesso.

Continuam a ação protocolada ontem na Justiça: “O presidente e sua vice, utilizando-se de sua influência, conduziram as alterações de forma fraudulenta, alterando as regras de composição da diretoria nas vésperas das eleições para se beneficiarem, em represália ao grupo minoritário que não apoiou a chapa para eleição da Fetems, encabeçada pela vice-presidente Gleice”.

Ainda conforme os professores que movem a ação, o Simted tem pelo menos 1.700 filiados, mas as assembleias para alteração do estatuto antecipando as eleições foram feitas com 68 membros na primeira e com 26 na segunda, “prova que pouquíssimos tiveram conhecimento das alterações estatutárias realizadas”. A ação pede a suspensão do atual processo eleitoral para a escolha da diretoria que vai presidir o sindicato no triênio 2015/2018, por ter sido iniciado, segundo os autores, com base em alterações feitas no estatuto de forma “fraudulenta”.

O Campo Grande News procurou o presidente do Simted através da assessoria de imprensa, mas até às 15h ele não tinha comentado sobre a ação judicial.

Já a vice-presidente da entidade, Gleice Jane Barbosa, afirmou que o sindicato ainda não foi oficializado sobre a ação, mas negou irregularidade no processo. “A comissão eleitoral impugnou a chapa e eles entraram com recurso. Em assembleia a categoria manteve a decisão da comissão. A chapa teve um mês pra ser montada. O Raphael e outros dois da chapa 3 estavam na direção atual e pelo menos deveriam saber as regras do estatuto. Mas infelizmente não se atentaram e colocaram um professor que cargo de confiança do governo municipal na chapa o estatuto não permite”, afirmou.

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