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Interior

Paraguai confisca fazendas de traficante que mantinha “laranjas” em MS

Três propriedades de Luiz Carlos Rocha, o “Cabeça Branca”, preso no MT em 2017, foram transferidas para o estado paraguaio

Helio de Freitas, de Dourados | 10/04/2019 09:17
Uma das três propriedades de “Cabeça Branca” confiscadas pelo governo paraguaio (Foto: Divulgação)
Uma das três propriedades de “Cabeça Branca” confiscadas pelo governo paraguaio (Foto: Divulgação)

Três fazendas pertencentes ao narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, chamado na fronteira de Pablo Escobar brasileiro, foram confiscadas pelo governo do Paraguai. Localizadas nos departamentos (estados) de San Pedro e Concepción, as propriedades agora fazem parte do patrimônio do Estado paraguaio.

Ex-sócio de Jorge Rafaat Toumani – executado em junho de 2016 – “Cabeça Branca” usava “laranjas” em Mato Grosso do Sul para lavar dinheiro do tráfico através de lavouras de soja e criação de gado.

Em 15 de maio do ano passado, Pedro Araújo Mendes Lima foi preso em Dourados na Operação Efeito Dominó, deflagrada pela Polícia Federal para desmantelar o esquema de lavagem de dinheiro montado por “Cabeça Branca”. O filho de Pedro, Hamilton Brandão Lima, foi preso no mesmo dia, em Campo Grande.

Considerado um dos maiores traficantes de cocaína da América do Sul e fornecedor de droga para as principais facções brasileiras, Cabeça Branca foi preso no dia 1º de junho de 2017 em Sorriso (MT), onde vivia como uma pessoa comum após passar por várias cirurgias plásticas.

Desaparecido desde a década de 90, quando se associou a Jorge Rafaat para expandir os negócios do tráfico, Luiz Carlos da Rocha foi condenado em 2013 a 34 anos de prisão em Mato Grosso do Sul. Na mesma sentença foram condenados os irmãos Jorge e Joseph Rafaat, a 47 e 15 anos de prisão, respectivamente.

Usando nomes falsos e mudando o rosto através de cirurgias plásticas, Cabeça Branca brincou de esconde-esconde com a Interpol até ser preso por policiais federais no interior do Mato Grosso, quando comprava pão em uma padaria na pequena cidade mato-grossense onde morava usando o nome de Vitor Luiz de Moraes. Atualmente ele está no Presídio Federal de Catanduvas (PR).

Milionário – No Paraguai, onde também matinha uma bem organizada rede de lavagem de dinheiro, Luiz Carlos da Rocha tem bens avaliados em pelo menos 100 milhões de dólares, incluindo 20 mil cabeças de gado.

Nesta terça-feira (9), agentes do Ministério Público, da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), da Senabico – órgão federal paraguaio que cuida de bens confiscados – entraram nas fazendas do narcotraficante.

Como as propriedades ficam próximas da área de atuação do grupo guerrilheiro EPP (Exército do Povo Paraguaio), os agentes receberam proteção da Força de Tarefa Conjunta – grupo de elite formado por policiais e homens das Forças Armadas paraguaias, criado para enfrentar os terroristas.

De acordo com o Ministério Público paraguaio, as fazendas confiscadas - Estância Edwiges, La Suiza e Lucipar – contam com grandes extensões de terra altamente produtiva e possuem infraestrutura e máquinas de primeiro nível, usadas na produção agrícola e criação de gado.

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