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Interior

Perícia analisa ônibus que sofreu atentando em Miranda

Ana Paula Carvalho | 05/06/2011 15:47
Ônibus foi atingido por pedras e coquetel molotov.
Ônibus foi atingido por pedras e coquetel molotov.

Peritos da Polícia Civil analisaram o ônibus que transportava estudantes indígenas e que foi atacado na noite da última sexta-feira (03) com coquetel molotov e pedras em Miranda, município distante 201 quilómetros de Campo Grande.

De acordo com o G1, a polícia encontrou alguns vestígios do coquetel molotov no ônibus. O material deve ser analisado a partir desta segunda-feira (6) e a expectativa é que os resultados possam ajudar a esclarecer o crime.

O estado de saúde das cinco vítimas que permanecem internadas continua estável. Entre os quatro hospitalizados em Campo Grande, o motorista Laércio Xavier Correia, de 27 anos, é o que teve mais ferimentos. Ele sofreu queimaduras na cabeça, braços, tórax e pernas. Outra paciente permanece internado no hospital municipal de Miranda.

O caso- O ônibus escolar foi atacado na noite de sexta-feira (03) na aldeia Cachoeirinha, em Miranda, quatro pessoas ficaram feridas. O veículo trazia alunos indígenas que cursam o Ensino Médio na cidade.

De acordo com o terena Lindomar Ferreira, as pessoas relataram que foram jogadas pedras para quebrar os vidros do ônibus. Em seguida, foram lançadas garrafas de vidro em chamas.

Segundo ele, quatro pessoas – dois homens e duas mulheres – sofreram queimaduras graves e foram trazidas para a Santa Casa. Uma das vítimas é o motorista.

“Os mais atingidos estavam na parte da frente do ônibus”, relata. Conforme o Gazeta do Pantanal, os feridos são Laércio Xavier Correia, Rosana de Oliveira Martins, de 29 anos, Lurdivane Pires, de 28 anos, e um adolescente de 15 anos.

Denúncia- Lindomar relata que a terra é disputada com fazendeiros na justiça e o clima de tensão e ameaça é constante. “Não podemos acusar ninguém. Mas o clima é tenso”, enfatiza.

Os índios lutam pela ampliação da aldeia Cachoeirinha. A portaria do Ministério da Justiça reconhecendo a área indígena é de 2007. Desde então, há uma guerra judicial e diversas ocupações em busca da posse das terras.

No ano passado, o procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso por decisão liminar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A Funai (Fundação Nacional do Índio) chegou a depositar R$ 1,3 milhão em juízo, referente ao valor das benfeitorias. Mas os proprietários não aceitaram o acordo e recorreram. Uma das propriedade em disputa é a fazenda Petrópolis, que pertence à família do ex-governador Pedro Pedrossian. (Matéria editada às 17h para acréscimo de informação)

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