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Interior

Polícia pede ajuda de moradores para encontrar foragidos de presídio

Equipe do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) fazem rondas principalmente na área rural de Ponta Porã

Geisy Garnes e Aline dos Santos, enviada especial à fronteira | 20/01/2020 15:16
Equipes do DOF intensificaram rondas por toda região da fronteira (Foto: Marcos Maluf)
Equipes do DOF intensificaram rondas por toda região da fronteira (Foto: Marcos Maluf)

Policiais que participam das buscas aos foragidos do Presídio de Pedro Juan Caballero, na fronteira do Estado com o Paraguai, contam com apoio da população para recapturar 72 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Nesta segunda-feira (20) parte das equipes reforçaram as rondas na área rural de Ponta Porã – a 323 quilômetros de Campo Grande.

A divisa de Mato Grosso do Sul com o Paraguai é diariamente fiscalizada por policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), mas após a fuga em massa deste domingo (19) as ações das equipes foram intensificadas.

Segundo o subtenente Paulo Henrique Nogueira, os militares percorrem toda a área rural do município e conta com a população para encontrar os suspeitos. “O DOF tem um telefone 0800 para denúncias. Pedimos para quem ver algum estranho, alguém perambulando pelas propriedades rurais, informar a polícia que vamos verificar”. Denúncias devem ser feitas através do telefone 0800 647-6300.

As equipes que participam das buscas trabalham com duas hipóteses: de que os presos tentarão voltar para seus Estados de origem ou ficaram parados, “esperando a poeira abaixar”. Grande parte dos foragidos são de São Paulo e Paraná e por isso os policiais acreditam que possam pedir carona, ou até mesmo cometerem roubos, para deixarem a fronteira.

Subtenente Paulo Henrique Nogueira pede para a população informar a presença de estranhos na área rural (Foto: Marcos Maluf)
Subtenente Paulo Henrique Nogueira pede para a população informar a presença de estranhos na área rural (Foto: Marcos Maluf)

A polícia paraguaia identificou 74 fugitivos. Por enquanto, dois estão de volta a cadeia. O primeiro foi identificado pelas autoridades brasileiras como Luís Alves da Cruz, no entanto, ele foi condenado no Paraguai como Eduardo Alves da Cunha.

No início dessa tarde os agentes de Investigação de Delitos da polícia do departamento de Amambay localizaram e prenderam Sabio Dario González Figueredo. Segundo informação preliminares, ele foi encontrado em Pedro Juan Caballero, em um bairro próximo ao presídio. Para a imprensa local, o paraguaio afirmou que todos os internos saíram pelo portão e não pelo túnel cavado em uma das celas.

Em caso de prisão, o procedimento é diferente conforme a nacionalidade. Se for brasileiro, vai para presídio de Ponta Porã. Se for paraguaio, será deportado para o País vizinho e entregue às autoridades paraguaias pela PF.

Sabio Dario González Figueredo estavam a poucos metros do presídio (Foto: Divulgação)
Sabio Dario González Figueredo estavam a poucos metros do presídio (Foto: Divulgação)

A fuga – Na madrugada de domingo 73 presos saíram, ao que tudo indica sem muitas dificuldades, do pavilhão do PCC na Penitenciária de Pedro Juan Caballero. Eles chegaram a cavar um túnel de aproximadamente 20 metros, mas para as autoridades, o “buraco” nem chegou a ser usado e pelo menos 15 outros internos deixaram a unidade pela porta da frente ao longo da semana.

O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, estima que seja a maior fuga de presídios da última década e aconteceu sem muita surpresa às autoridades: a inteligência paraguaia já havia descoberto o plano, meses antes, e alertado as autoridades do Estado.

A Ministra da Justiça no Paraguai, Cecilia Pérez, disse que, conforme foi levantado, a facção planejou pagar cerca de 80 mil dólares para quem ajudasse na fuga. O governo paraguaio já afastou diretores de estabelecimentos penais, incluindo o do Presídio de Pedro Juan e os agentes penitenciários, cerca de 30, das funções. Todos foram presos preventivamente até que a investigação chegue à conclusão sobre o caso.

(Colaborou Izabela Sanchez)

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