Policial do Choque suspeito de fraudar licitações comandava empresa desde 2021
Empresa usada no esquema estava em nome da esposa, mas era conduzida por ele, segundo denúncia

A investigação sobre favorecimentos em licitações na prefeitura de Terenos aponta o policial militar Fábio André Hoffmeister Ramires como responsável por fraudes em concorrências há, pelo menos, 4 anos. Ele seria sócio oculto da Tercam Construções Ltda, com sede na Vila Bandeirantes, em Campo Grande. Nesse tempo, as investigações colocam sob suspeita licitações de valores entre R$ 315 mil a R$ 1,12 milhão.
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Policial militar é suspeito de fraudar licitações em Terenos. Investigação aponta que Fábio André Hoffmeister Ramires, 3º sargento do Batalhão de Choque, comandava a empresa Tercam Construções Ltda., registrada em nome de sua esposa, e participava de esquema para manipular concorrências públicas. As fraudes envolviam obras com valores entre R$ 315 mil e R$ 1,12 milhão. Ramires atuava em conjunto com outros empresários, combinando propostas antes da abertura das licitações. Mensagens interceptadas revelam a manipulação e o pagamento de propina ao prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke. Após a operação policial, Ramires foi transferido para o Presídio Militar Estadual. O Gaeco e o Gecoc investigam o esquema de corrupção que envolve a prefeitura de Terenos e a capital, Campo Grande.
A empresa estava formalmente registrada em nome da esposa dele, Jucélia Maria de Oliveira, mas, segundo a denúncia, era o próprio Fábio quem comandava as tratativas com a Prefeitura de Terenos, principal alvo de operação de ontem..
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Conforme a denúncia que levou à Operação Spotless, Fábio passou a atuar em 2021 em parceria com outros dois empresários para fraudar licitações: Genilton da Silva Moreira, dono da Base Construtora, e Nádia Mendonça Lopes, da Lopes Construtora. O grupo teria manipulado propostas em licitações para obras públicas no município.
Em março de 2022, Fábio e Genilton trocaram documentos relacionados à Carta Convite, referente à reforma da Escola Municipal Isabel de Campos Widal Rodrigues. Conversas interceptadas mostram que os dois ajustaram previamente as propostas antes mesmo da abertura oficial do certame. Para dar aparência de competição, a proposta de Nádia seria 1,5% menor do que a apresentada por Fábio, mas o resultado já estava definido.
As mensagens revelam que Fábio ajudava a preparar documentos e propostas forjadas, reforçando a manipulação do processo licitatório.
Com o arranjo previamente combinado, a empresa de Genilton sagrou-se vencedora da Carta Convite. A denúncia sustenta que Fábio teve participação direta na fraude, que resultou em pagamento de propina ao prefeito Henrique Wancura Budke, apontado como líder do esquema. Apenas nesse contrato, Henrique teria recebido R$ 11 mil em vantagens indevidas.
Preso ontem na Operação Spotless, Fábio atuava como 3º sargento da Polícia Militar no BPMChoque e hoje foi transferido por decisão administrativa para a Diretoria de Gestão do Presídio Militar Estadual, em Campo Grande.
A portaria de remoção, assinada pela subcomandante da PMMS, Neidy Nunes Barbosa Centurião, citou “inconveniência da permanência” do militar na tropa de elite.
Hoffmeister é investigado pelo Gaeco e pelo Gecoc em esquema de corrupção em Terenos e na Capital. Foram cumpridos 16 mandados de prisão e 59 de busca. Na decisão do TJMS, constam buscas em sua residência e na Tercam Construções Ltda, empresa em nome da esposa, Jucélia Maria de Oliveira, usada em contratos de obras públicas.