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Interior

Policial e membros do PCC cuidavam de carga de cigarro na fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 11/12/2017 09:39
Policial paraguaio vigia presos quinta-feira; à direita está Evandro Padilha, que seria membro do PCC (Foto: ABC Color)
Policial paraguaio vigia presos quinta-feira; à direita está Evandro Padilha, que seria membro do PCC (Foto: ABC Color)

Entre as 28 pessoas detidas quinta-feira (7) em um acampamento na zona rural de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande, estavam um policial paraguaio e três membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), que chefiou a operação, eles faziam a segurança da carga de cigarro produzido no país vizinho e que estava sendo colocada em caminhões para ser enviada ao Brasil. O cigarro foi fabricado pela empresa Tabesa, que pertence ao presidente do Paraguai, Horacio Cartes.

De acordo com a Senad, os três supostos membros da organização criminosa brasileira foram identificados como Gideoni Ribeiro, 37, que seria o administrador do negócio no Departamento de Amambay, seu filho Kevin Willi Ribeiro, 18, e Evandro Francisco Padilha, 20.

O jornal ABC Color informou que Padilha seria um assassino da quadrilha, com dois mandados de prisão por homicídio no Brasil. Ele usava uma carteira de identidade paraguaia, emitida no ano passado em nome de Alejandro Benítez Ávalos, 19, supostamente nascido em 25 de agosto de 1998 na cidade de Corpus Christi e residente em Alborada, no Departamento de Canindeyú.

Como aparentemente o documento é original, a Polícia Nacional iniciou uma investigação para descobrir como o criminoso teve acesso à identidade paraguaia, segundo o comissário feral Eladio Sanabria.

Policial – Na fazenda arrendada por Alcides Rubén Frutos Arana, o Kapi, conhecido fornecedor de cigarro para o mercado negro, a operação da Senad encontrou também o suboficial da Polícia Nacional Félix Santiago Mendoza Jara, 33. Ele seria segurança pessoal de Arana.

Além de garantir proteção ao chefe do crime, os policiais garantiam a transferência das cargas de cigarro enviadas ao Brasil. Segundo agentes da Senad, o PCC está assumindo o controle da remessa de cigarro paraguaio para o lado brasileiro, assim como fez com o tráfico de drogas e de armas.

Segundo o ABC Color, a empresa Liza S/A, que tem Kapi e sua irmã Liliana Frutos Arana como acionistas majoritários, é proprietária da carga encontrada na fazenda. Liliana é mulher do oficial aduaneiro Carlos Godoy, acusado de fazer fortuna com o negócio de cigarros e outros produtos enviados ao Brasil para contrabando.

Em 2003, Godoy foi acusado de evasão de US$ 12 milhões através da indústria do tabaco. Atualmente ele se prepara para concorrer a uma cadeira na Câmara dos Deputados do Paraguai.

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