Prefeito critica empréstimo milionário e manda revisar contratos com Fonplata
“Nunca ouvi falar de contrapartida maior que o valor do empréstimo”, disse Marçal Filho
A Prefeitura de Dourados vai revisar os contratos de empréstimos de 40 milhões de dólares assinados em 2022 com o Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pelo prefeito Marçal Filho (PSDB).
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A Prefeitura de Dourados, sob a gestão do prefeito Marçal Filho, anunciou a revisão dos contratos de empréstimos de 40 milhões de dólares com o Fonplata, firmados em 2022. Marçal criticou a administração anterior por contrapartidas municipais superiores ao valor dos empréstimos, citando um caso de R$ 18 milhões financiados com contrapartida de R$ 22 milhões. Apesar de reconhecer os juros baixos do Fonplata, Marçal planeja redirecionar ou cancelar algumas obras. Ele também destacou a prioridade de retomar voos comerciais no Aeroporto Francisco de Matos Pereira, interrompidos desde 2021, e busca apoio para concluir pendências como a Central de Incêndio.
Durante apresentação do balanço dos 100 dias da gestão, na manhã de hoje, no CAM (Centro Administrativo Municipal), o prefeito criticou a administração de seu antecessor, Alan Guedes (PP), pela forma como conduziu o empréstimo, apontado na época como maior investimento já feito na história do município.
“Nunca tinha ouvido falar da contrapartida da prefeitura ser maior do que o valor do empréstimo. Distorção absurda”, afirmou Marçal Filho, que antes de ser eleito prefeito de Dourados foi vereador, deputado federal e deputado estadual.
Marçal citou como exemplo o financiamento de R$ 18 milhões para uma obra, cuja contrapartida da prefeitura é de R$ 22 milhões. “Se eu tenho 22 milhões de reais, faço a obra de 22 milhões de reais. Para que pegar R$ 18 milhões emprestados?”, questionou.
Embora questione os critérios e os projetos elaborados na gestão anterior, o atual prefeito admitiu que o empréstimo do Fonplata “não é ruim”, pois tem juros baixos. “Conseguiram o empréstimo e depois correram para fazer os projetos, sem planejamento”.
Marçal Filho disse que algumas obras previstas nos contratos com o fundo internacional serão redirecionadas e outras canceladas. “Vamos realocar os recursos para obras que consideramos mais importantes”, disse ele. Entre os projetos, citou o novo sistema de transporte público, que prevê construção de dois novos terminais de passageiros e o fechamento do terminal do transbordo existente na área central.
Em janeiro, duas semanas após tomar posse, Marçal Filho suspendeu duas licitações com dinheiro do Fonplata – a Via Parque do Córrego Paragem e a atualização do inventário urbano oficial do município.
Aeroporto – Ainda durante o balanço dos 100 dias de administração, Marçal Filho afirmou ser “uma obsessão” a volta dos voos comerciais ao Aeroporto Francisco de Matos Pereira, interrompidos em maio de 2021 para reconstrução da pista.
“A perspectiva é que, no final deste mês, vamos terminar o que couber à prefeitura. A partir daí, caberá a mim fazer pleito junto a nossos deputados federais e senadores e à Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], para que a agência libere os voos comerciais”, afirmou.
Segundo o prefeito, entre as pendências para essa liberação está a construção da Central de Incêndio, prevista no projeto do novo terminal de passageiros que será construído pelo Governo do Estado. “Não vamos poder esperar a conclusão desta obra, vamos precisar de apoio do Corpo de Bombeiros e de outros meios. Só vou sossegar quando os voos comerciais forem retomados”, disse Marçal Filho.
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