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Interior

Sem resposta de juiz, defesa vai ao TRF para tirar fazendeiros da cadeia

Cinco proprietários rurais estão presos por ordem judicial; dois deles confirmam que estavam em local de confronto, mas negam tiros

Helio de Freitas, de Dourados | 23/08/2016 08:17
Motos queimadas durante ataque a índios, em junho (Foto: Helio de Freitas)
Motos queimadas durante ataque a índios, em junho (Foto: Helio de Freitas)

Os advogados de defesa dos cinco fazendeiros presos em Dourados pelo ataque aos índios no município de Caarapó, em junho deste ano, devem recorrer ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, em São Paulo, para tentar tirá-los da cadeia.

Jesus Camacho, Virgílio Mettifogo, Eduardo Yoshio Tomonaga, o “Japonês”, e Nelson Buainain Filho, dono da fazenda Yvu, onde ocorreu o ataque, foram presos na quinta-feira (18). Dionei Guedin, que assim como os demais acusados teve a prisão decretada no dia 5 de julho pelo juiz federal Leandro André Tamura, se apresentou ontem à Polícia Federal em Dourados e também está preso.

O advogado Felipe Cazuo Azuma, que representa Jesus Camacho, Virgílio Mettifogo e Eduardo Tomonaga, disse hoje (23) ao Campo Grande News que espera até o fim da tarde por uma definição do juiz local sobre o pedido de relaxamento da prisão. Se não conseguir uma resposta, amanhã vai a São Paulo para pedir habeas corpus no TRF.

Dionei Guedin é representado pelo advogado douradense Maurício Rasslan e Nelson Buainain Filho contratou um escritório de advocacia de Campo Grande.

Negam tiros – Felipe Azuma disse que Jesus Camacho e Virgílio Mettifogo confirmam que estavam presentes no momento do confronto, mas negam terem efetuado tiros.

Durante o ataque, seis índios ficaram feridos e o agente de saúde indígena Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza, 26, morreu após ser alvejado por disparos na barriga e no peito.

O MPF (Ministério Público Federal) afirma que as investigações mostram envolvimento direto dos fazendeiros no ataque. Os cinco são acusados de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado.

Nesta segunda-feira, o MPF informou que 11 armas, 310 cartuchos e dois carregadores de pistola foram encontrados nas residências e propriedades dos fazendeiros.

“A perícia feita no local do ataque à comunidade encontrou projéteis deflagrados em calibres compatíveis com as munições apreendidas”, informou o órgão federal.

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