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Interior

Sem-terra pernoitam no Incra e dizem 'já ter outro lugar para ocupar'

Nyelder Rodrigues e Helio de Freitas, de Dourados | 27/03/2017 22:22
Grupo vai pernoitar na sede do Incra (Foto: Helio de Freitas)
Grupo vai pernoitar na sede do Incra (Foto: Helio de Freitas)

Os integrantes do MSTB (Movimento Sem-Terra do Brasil) que ocuparam a sede do Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) nesta segunda-feira (27) vão pernoitar no local e prometem ficar ali até que haja ordem judicial de reintegração. Depois, o grupo já tem em vista outros lugares para ocupar e protestar.

O grupo é o mesmo que invadiu a Usina São Fernando, também em Dourados, de propriedade dos filhos do pecuarista José Carlos Bumlai, condenado na Operação Lava Jato, na manhã desta segunda-feira (27).

Eles ficaram no local por aproximadamente sete horas e saíram após decisão da Justiça que deu reintegração de posse à Usina. Agora, eles esperam receber, até a manhã desta terça-feira (28), o superintendente do órgão em Mato Grosso do Sul.

O superintendente adjunto e ouvidor agrário do Incra, Argemiro Hernandes Alves, foi ao local e conversou com os trabalhadores no fim da tarde, sendo que prometeu voltar ao prédio nesta terça com o superintendente Humberto César Mota Maciel. O grupo negocia também a vinda ao Estado do presidente nacional do Incra, Leonardo Góes Silva.

Baseados em um decreto do extinto MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), os sem-terra querem a desapropriação da propriedade, que de acordo com o decreto, destinaria para a reforma agrária as terras de grandes devedores da União.

Os trabalhadores rurais afirmam que já esperam que seja dado uma ordem de reintegração de posse da sede do Incra, assim como aconteceu com a Usina São Fernando, mas eles já tem outros locais que podem ocupar em protesto.

"Vamos ficar no Incra até sair a reintegração. E já temos outros lugares para ocupar", afirma o líder do grupo e coordenador regional do MSTB, Vanildo Elias de Oliveira, conhecido como Douglas. Os sem-terra exigem três áreas para reforma-agrária em Mato Grosso do Sul e prometem que haverá mais ocupações para pressionar o Poder Público.

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