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Interior

Sindicato faz alerta sobre estrutura em hospital de cidade que padeceu com H1N1

Em 2016, Naviraí enfrentou a escalada da gripe H1N1 e do pânico

Aline dos Santos | 11/04/2020 14:58
Hospital Municipal de Saúde recebeu visita do Sindicato dos Médicos em 2 de abril. (Foto: Folha de Naviraí/Jr Lopes) 
Hospital Municipal de Saúde recebeu visita do Sindicato dos Médicos em 2 de abril. (Foto: Folha de Naviraí/Jr Lopes)

Vistoria do SinMed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) faz alerta sobre respiradores e a estrutura de atendimento no Hospital Municipal de Naviraí, destinado ao atendimento de casos do novo coronavírus.

Em 2016, a cidade enfrentou a escalada da gripe H1N1 e do pânico, chegando a ter suspensão de aulas e órgãos públicos fechados, cenário que a maioria passou a vivenciar neste 2020 devido à pandemia da covid-19.

De acordo com o médico Alexandre Martin Gradella, representante do sindicato, a vistoria, realizada em 2 de abril, encontrou um respirador, mas sem filtro adequado. Depois, chegou um segundo respirador. O local não tem UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“Vi uma desorganização total. Coisas que não poderiam ser admitidas nem que não houvesse covid-19. Não tem uma cúpula que determine o treinamento e a reposição de profissionais em caso de doença. A chefia de enfermagem passou solicitação por WhatsApp para que cada enfermeira treinasse o seu setor. Em relação ao treinamento, se você não faz de forma exaustiva, você comete erros”, avalia o médico.

Saco com roupa suja em corredor de hospital de Naviraí. (Foto: Sindicato dos Médicos)
Saco com roupa suja em corredor de hospital de Naviraí. (Foto: Sindicato dos Médicos)

Conforme a inspeção, as operações no centro cirúrgico são feitas sem reforço nos materiais de proteção para os profissionais da Saúde. Segundo o representante do sindicato, o paciente de uma cirurgia para retirada do apêndice, por exemplo,  pode estar com covid-19  e contaminar a equipe. A fiscalização também encontrou  um hamper (saco de tecido) com roupa cirúrgica no corredor de uso comum antes de ser levado para a lavanderia.

O presidente do SinMed, Marcelo Santana Silveira, encaminhou o relatório para o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), CRM (Conselho Regional de Medicina) e Ministério da Saúde.

A reportagem não conseguiu contato por telefone com a prefeitura de Naviraí. O Campo Grande News também pediu informações por email, mas não obteve retorno até a publicação da matéria. De acordo com o boletim da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Naviraí investiga quatro casos suspeitos de coronavírus.

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