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Interior

Suspeito de estuprar criança é torturado e resgatado de "tribunal do crime"

Membros do PCC estavam se preparando para dar "sentença" ao homem, quando policiais chegaram

Dayene Paz | 13/06/2022 08:08
Rua José B. Maciel, no Bairro Guatós, onde fica a casa em que o homem foi resgatado. (Foto: Google Stret View)
Rua José B. Maciel, no Bairro Guatós, onde fica a casa em que o homem foi resgatado. (Foto: Google Stret View)

Suspeito de estuprar uma criança, um homem de 40 anos foi torturado no chamado "tribunal do crime" a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital), em Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande. Ele acabou resgatado por policiais momentos antes de ser sentenciado pela facção criminosa. O caso ocorreu no sábado (11) e só foi registrado neste domingo (12).

Conforme informação policial, o homem foi até uma residência do Bairro Universitário, onde combinou programa sexual com uma mulher. Na casa, estavam duas adultas e uma criança, momento em que uma das mulheres saiu e quando retornou, afirmou ter encontrado sua filha chorando no colo da colega Karoline Maciel Santana - que era quem faria o programa. A criança teria dito que o homem mostrou o órgão genital a ela.

Karoline saiu do local por alguns instantes, então a mãe da criança, outra mulher que usava tornozeleira eletrônica, e Joilson Junior Gonçalves Soares, conhecido como "Dentinho", iniciaram as agressões contra o suspeito do abuso. Ele foi espancado com um socador de alho, facadas, socos e chutes. Depois, através de um motorista de aplicativo, foi levado para outro local, no Bairro Guatós, onde seria "julgado".

Como a polícia chegou ao local? - Toda a agressão foi filmada e o vídeo chegou até o coordenador da empresa onde o suposto estuprador trabalhava. Ao ver as imagens, ele acionou a polícia. Como uma das mulheres usava tornozeleira e aparecia no vídeo, a Polícia Militar, com apoio da Polícia Penal, conseguiu localizar o endereço do cárcere.

Por uma fresta da casa, os policiais viram vários homens dentro da residência e a vítima do tribunal do crime, sentada na sala com várias lesões pelo corpo, sendo vigiada por dois homens e três mulheres, sendo Ronaldo Souza de Freitas, André Luiz Ojeda Gonçalves Fernandes, Karoline Maciel Santana, Karla Karolliny Ribeiro Hurtado e a mãe da criança que havia, supostamente, sido abusada.

No momento da abordagem, o celular de uma das mulheres recebeu uma ligação com 15 participantes, demonstrando que, naquele instante, estaria sendo realizado o julgamento e, posteriormente, a sentença. A vítima do tribunal do crime foi resgatada pelos militares e levada ao hospital de Corumbá.

Na primeira casa, onde começaram as agressões, a polícia apreendeu os objetos utilizados pelos criminosos. Entre os envolvidos, apenas "Dentinho", que participou das agressões no Bairro Universitário, não foi localizado. Os outros foram levados para a delegacia.

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