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Interior

“Tio Rico” queria controlar tráfico no Brasil e tinha igreja na fronteira com MS

Miguel Ángel Insfrán Galeano é conhecido por negócios na fronteira do Paraguai com MS e foi preso ontem no RJ

Helio de Freitas, de Dourados | 10/02/2023 09:26


Preso ontem (9) no Rio de Janeiro, Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, considerado o maior traficante do Paraguai na atualidade, tinha planos para assumir o controle do negócio das drogas no Brasil.

Investigadores da polícia carioca afirmam que Miguel não estava na capital fluminense apenas para se esconder da polícia paraguaia, onde era procurado desde fevereiro de 2022.

A intenção dele seria se firmar como principal fornecedor de cocaína para o Comando Vermelho, maior facção do Rio de Janeiro, e depois expandir o domínio para todo o país.

Líder do Clã Insfrán, “Tio Rico” é acusado no Paraguai de comandar o envio de grandes cargas de cocaína de navio para Ásia, Europa e África.

O mega esquema montado por ele e seus sócios para trazer cocaína da Bolívia, despachar para o exterior e lavar o dinheiro incluía exportadoras, dezenas de empresas de fachada, uma cooperativa de crédito é até uma rede de igrejas.

“Tio Rico” tem negócios na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Uma das igrejas do esquema funcionava em Curuguaty, a 60 km de Paranhos (MS). Integrantes da quadrilha que atuam na região foram presos recentemente.

Miguel Ángel também é apontado como mandante do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, ocorrido em maio do ano passado na Praia de Barú, em Cartagena das Índias, na Colômbia. Pecci era um dos chefes da força-tarefa do Ministério Público paraguaio contra o crime organizado no país vizinho.

Ontem à tarde, “Tio Rico” foi localizado por agentes da 20ª Delegacia de Polícia Civil (bairro de Vila Isabel). Ele estava hospedado no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.

Segundo a polícia carioca, há três semanas, os investigadores receberam denúncia de que o traficante estaria circulando pelo bairro nobre em uma caminhonete Toyota Hilux.

Ao ser abordado, Miguel Ángel se identificou com outro nome, mas alegou que tinha perdido os documentos. Levado para a delegacia (veja o vídeo acima), confessou ser o traficante procurado.

Segundo a polícia carioca, a pedido da Interpol, o STF (Supremo Tribunal Federal) decretou a prisão preventiva de Miguel Ángel e ele foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Rio, onde vai aguardar o processo de extradição para o Paraguai.

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