Investigada, amiga de grávida que morreu após aborto é ouvida pela polícia
A Polícia Civil de Porto Murtinho, a 431 km de Campo Grande, ouviu ontem (13) a amiga de Aline dos Reis Franco, 26 anos, grávida de dois meses, que morreu após tomar medicamento abortivo, no último dia 6. O conteúdo do depoimento é mantido em sigilo.
A jovem é a principal investigada do caso, considerada peça chave da investigação depois de ser acusada pela mãe da vítima como a responsável por comprar o medicamento Cytotec, conhecido pelo efeito abortivo, no Paraguai. A venda do produto é proibida no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em depoimento inicial prestado à polícia de Campo Grande na última semana, a mãe de Aline disse que a filha e a investigada eram amigas há mais de 15 anos. E repassou o suposto relato de Simone à família de que a vítima tomou oito comprimidos, começou a convulsionar e desmaiou após começar a sangrar e bater a cabeça no chão.
“O depoimento dela (Simone) já foi incluso no inquérito, mas por enquanto vamos trabalhar de forma sigilosa. Precisamos dos resultados da perícia”, disse o delegado Rodrigo Nunes Zanotta, de Porto Murtinho, responsável pelo caso desde o início desta semana. Foi na cidade que Aline recebeu os primeiros atendimentos médicos, omitindo que estava grávida.
A polícia espera pelo laudo do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) até o final desta semana para ter um parecer mais conclusivo da morte e confirmar o uso do medicamento pela vítima, visto que o atestado apontou traumatismo craniano e hemorragia.
Simone pode ser indiciada por homicídio duplo se confirmada a denúncia da mãe de que foi ela a responsável pela compra do medicamento. Zanotta quer ouvir novamente a mãe de forma oficial após o resultado do laudo.
Aline deixou dois filhos, de 11 e 6 anos. A reportagem tentou contato por telefone até com a mãe até o fechamento desta reportagem, mas não teve resposta.