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Cidades

Investigado pela Federal, diretor é exonerado do comando do HU

Aline dos Santos | 06/05/2013 10:30
José Carlos Dorsa foi afastado do cargo em março. (Foto: Simão Nogueira)
José Carlos Dorsa foi afastado do cargo em março. (Foto: Simão Nogueira)

Investigado na operação Sangue Frio, que apura irregularidades no tratamento do câncer, o diretor do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, José Carlos Dorsa Vieira Pontes, foi exonerado do cargo. A exoneração, a pedido, foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

A publicação veio no dia seguinte à divulgação em âmbito nacional, no Fantástico, das denúncias feitas em 18 de março, quando a PF (Polícia Federal) realizou a operação.

Desde então, ele estava afastado da função por determinação da Justiça Federal. O retorno estava previsto para o próximo dia 18, quando vencia o prazo de 60 dias de afastamento. No Hospital Universitário, são investigados fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras.

O HU entrou na mira do MPF (Ministério Público Federal) depois de recursar equipamentos do governo federal para o setor de radioterapia. O plano previa investimento de R$ 505 milhões em 80 hospitais, cinco deles em Mato Grosso do Sul. No Estado, somente o HU e a Santa Casa de Campo Grande rejeitaram a oferta.

O atendimento nesta modalidade de tratamento contra o câncer estava fechado há cinco anos. O setor foi reaberto no começo de abril. A investigação que culminou na operação Sangue Frio começou em março do ano passado para entender por que os serviços de radioterapia oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) eram fornecidos apenas pelo setor privado.

“É um monopólio, uma máfia. É difícil crer que os órgãos municipais ou estaduais não funcionem e só os particulares, já que a mesma pessoa controlava os dois”, afirmou, no dia da operação, o superintendente da PF, Edgar Paulo Marcon.

Auditoria realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União) em 2012 verificou prejuízo de R$ 973 mil aos cofres públicos. A análise trouxe à tona uma série de irregularidade: direcionamento de licitação, montagem de processos licitatórios, subcontratação de serviços para empresas ligadas a dirigentes do hospital, superfaturamento e emissão de empenho anterior à adesão em ata de registro de preços.

Os policiais federais também cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do médico Adalberto Abrão Siufi, então diretor-geral do Hospital do Câncer e ex-diretor do setor de oncologia do HU. Ele chegou a ser preso por porte ilegal de arma. Mas foi liberado após pagar fiança de R$ 30 mil. Siufi deixou o comando do hospital após as denúncias.

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