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Cidades

Movimentos e entidades adotam 'trégua' por voto de confiança a Temer

Grupos atuantes em desfavor do governo da petista Dilma Roussef adotaram cautela com relação ao novo governo

Michel Faustino | 23/05/2016 17:28
Acampamento de manifestantes favoráveis ao impeachment montado no canteiro da Avenida Afonso Pena. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Acampamento de manifestantes favoráveis ao impeachment montado no canteiro da Avenida Afonso Pena. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Presidente da OAB-MS Mansur Elias Karmuche protocolando pedido de impeachment na Câmara dos Deputados. (Foto: Divulgação)
Presidente da OAB-MS Mansur Elias Karmuche protocolando pedido de impeachment na Câmara dos Deputados. (Foto: Divulgação)

11 dias depois da posse, o governo interino de Michel Temer (PMDB) ainda vive o meio termo entre os elogios e criticas que acabaram sendo endurecidas nos últimos dias por conta das nomeações tidas como 'duvidosas'. Entretanto, para os movimentos sociais e entidades de Mato Grosso do Sul que foram às ruas por inúmeras vezes em favor do impeachment 'ainda é cedo para fazer qualquer juízo de valor sobre o novo governo'.

A advogada Soraya Thronicke, integrante do grupo Reaja Brasil (Pátria Libre e Democráticos Pró-Impeachment) em MS, ressalta que Temer assumiu o governo dentro da maior crise econômica, política, social e moral da história do país.

“Nesse sentido, as atitudes tomadas são emergenciais, pois resolver plenamente esta crise levará muito tempo e trabalho”, diz.

A advogada reitera que, de qualquer forma, Temer manteve o diretor geral da PF (Polícia Federal) e anunciou apoio total à Operação Lava Jato. Ela ressalta outras medidas 'positivas' nas áreas econômica e social.

“Algumas medidas estão sendo tomadas, dentre elas o corte de verbas para movimentos como os sem-terra, CUT, UNE, entre outros. Entretanto, foi assegurado investimentos em programas sociais que são realmente necessários, a exemplo do Minha Casa Minha Vida e da Bolsa Família”, diz.

Soraya acredita que o momento exige um voto de confiança dos brasileiros ao governo que está iniciando em caráter emergencial. Conforme ela, a fiscalização nas ruas não deve cessar, mas é preciso aguardar os resultados.

Para o presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul), Mansour Elias Karmouche, neste momento, seria prematuro fazer qualquer avaliação do atual do governo. Entretanto, ele afirma que a Ordem está vigilante quanto as chamadas 'nomeações' duvidosas, a exemplo do senador licenciado Romero Jucá (PMDB), nomeado ministro do Planejamento.

Nesta segunda-feira (23), gravações obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo mostram o ministro do Planejamento, Romero Jucá, dizendo a um interlocutor que o impeachment de Dilma Rousseff resultaria em um pacto para deter a operação Lava Jato.

“Ainda é cedo para falar um juízo de valor sobre o governo. No entanto nós (Ordem) vamos se manter vigilantes porque depositamos um voto de confiança neste governo”, comenta.

Em março deste ano, a OAB chegou a protocolar pedido de impeachment de Dilma Roussef considerando quatro pontos: as pedaladas fiscais, renúncias fiscais que o governo concedeu em favor da Fifa na Copa do Mundo de 2014; a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido) e a nomeação de Lula para a Casa Civil, para garantir ao ex-presidente foro privilegiado.

Grupo Reaja Brasil em um dos muitos manifestos realizados nos meses de março e abril em Campo Grande. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Grupo Reaja Brasil em um dos muitos manifestos realizados nos meses de março e abril em Campo Grande. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
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