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Pivô de morte de manicure é apontado como liderança no “paiol do PCC”

Conforme relatório, Alisson é o “geral da zona norte” de Campo Grande e exerce a função de líder da facção na região

Aline dos Santos e Geisy Garnes | 23/06/2018 10:50
Fuzil, metralhadora e munições apreendidos com Djalma em agosto de 2017. (Foto: Divulgação/Choque)
Fuzil, metralhadora e munições apreendidos com Djalma em agosto de 2017. (Foto: Divulgação/Choque)

Com o nome em evidência no ano de 2016, quando foi apontado como pivô do assassinato de uma manicure e preso pela morte de travesti, Alisson Patrick Vieira da Rocha, mesmo atrás das grades, agora aparece em investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) como liderança da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

No último dia 12 de junho, a operação Paiol teve como alvo o setor responsável pela aquisição, guarda, comercialização e empréstimo de armas de fogo para crimes. Conforme relatório, Alisson, 24 anos,  é o “geral da zona norte” de Campo Grande e exerce a função de líder da facção na região com a ajuda do pai Claudiney Aparecido Alves Barbosa da Rocha, o Diney, de 41 anos.

Ainda segundo o Gaeco, Claudiney, pai de Alisson, teria envolvimento com o paiol do PCC, setor responsável pelas armas de fogo, munições e explosivos a serem empregados para a prática criminosa.

A investigação aponta que várias armas, inclusive um fuzil AR-15, e munições – apreendidas em 26 de agosto de 2017 pelo Batalhão do Choque -, foram entregue ao suspeito, identificado como Djalma da Silva Moreno, por Claudiney. Ao ser preso com arsenal em 2017, Djalma ficou conhecido como o “Senhor das Armas”. Até o flagrante, era réu primário e sem passagens pela polícia.

No celular de Djalma, os policiais ainda encontraram um grupo em que a facção detalhava as armas que estavam com cada integrante. Dentre eles, Fábio Rogério Bigoto, o Logan, de 36 anos, apontado como “geral do cadastro dos estados e países”. Ele era também um dos responsáveis por armas do PCC.

Alisson chegou a ser preso em 2016 por morte de travesti. Solto, foi flagrado com drogas.
Alisson chegou a ser preso em 2016 por morte de travesti. Solto, foi flagrado com drogas.

Núcleo Zona Norte - A interceptação de várias ligações entre os suspeitos comprovam comercialização de drogas em locais públicos, como o Terminal Nova Bahia e o posto de saúde do bairro, na saída para Cuiabá, região Norte da cidade.

As gravações também mostram entrega de entorpecente no presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, onde Alisson tem ajuda de um agente penitenciário.

Nas ligações, o preso narra que parte da droga ficaria com o agente e a outra com ele. Detalhou ainda que “meio quilo” seria entregue ao “cara da cantina”.

De dentro das celas da penitenciária, ele também interfere em uma situação no bairro: a tentativa de homicídio de um mototaxista, em agosto do ano passado. A mulher de Alisson também ajudava o marido e o sogro nos “negócios de família”.

Travesti - A travesti Adriana Penosa, identificada como Thiago da Silva Martins, foi morta a tiros em 22 de março de 2015, no bairro Morada Verde, em Campo Grande. Ela tentou interferir numa briga entre Alisson e Gabriela Antunes Santos, à época, marido e mulher.

De acordo com a investigação, Adriana incentivou Gabriela a denunciar o rapaz. Com raiva, Alisson teria tentado atropelar a travesti, mas, como não conseguiu, foi embora, mas voltou minutos depois, e disparou contra Adriana.

Ele foi preso pelo crime em março de 2016. No mês de outubro do mesmo ano foi colocado em liberdade e mandado a júri popular, que não foi realizado. O processo tem recurso para ser julgado pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Em março de 2017, Alisson voltou a ser preso, desta vez por tráfico de drogas.

Manicure – A manicure Jennifer Nayara Guilhermete, 22 anos, foi morta tiros e seu corpo jogado de uma altura de 25 metros. Gabriela Santos Antunes foi condenada a 16 anos de prisão pelo crime. Era era esposa Alisson, que anos atrás havia sido namorado de Jennifer.

Paiol – A operação Paiol cumpriu 27 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão. A ação foi realizada em parceria com o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar. O nome da operação faz alusão à nomenclatura utilizada pelo PCC para o setor de armas.

Operação Paiol foi realizada por Gaeco e Polícia Militar. (Foto: Geisy Garnes)
Operação Paiol foi realizada por Gaeco e Polícia Militar. (Foto: Geisy Garnes)
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