Quadrilha espalhou “gato” high tech por MS e queria filial na Capital
“Gato” de alto padrão, com valores de R$ 500 a R$ 2.800: este era o negócio da quadrilha presa nesta quinta-feira pela Polícia Civil, durante a operação Alta Voltagem. O serviço surgiu em Bonito e depois irradiou filiais para cidades do entorno até chegar a Campo Grande e Corumbá.
Dono de uma revenda de celulares em Bonito, o comerciante Roni de Oliveira Vargas, 40 anos, é apontado como chefe da quadrilha. Primeiro, ele é acusado de fraudar o medidor de energia da sua residência e da loja. Depois, conquistou 70 clientes na cidade.
O esquema foi descoberto após a Enersul constatar a fraude em Corumbá e fazer denúncia à Polícia Civil. A investigação, iniciada em novembro de 2013, chegou a Roni, que foi preso na manhã de hoje. Também foram cumpridos mandados de prisão contra sua irmã e seu pai. Uma quarta pessoa que estava na residência também foi presa. Os nomes não foram divulgados.
Com Roni, a policia apreendeu uma pistola calibre 635. Já seu pai tinha uma espingarda calibre 22. Em Campo Grande, foi preso Joelci Ajala Medina. Apontado como número dois na hierarquia da quadrilha, ele se mudou para a Capital com a missão de ampliar a cartela de clientes.
Foram identificadas fraudes de energia elétrica na sua casa e no salão de beleza que montou para a esposa. O salão fica na rua Pernambuco, próximo a Rio Grande do Sul. A esposa de Joelci será enquadrada por falsa comunicação de crime. Ela havia denunciado à Polícia Civil o furto do medidor de energia, mas o dispositivo foi encontrado no salão.
A operação é comandada pela 1ª delegacia de Corumbá e tem o apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) em Campo Grande, para onde serão levados todos os presos.
De acordo com a delegada Paula Ribeiro dos Santos, que veio de Corumbá, a Polícia vai a 69 pontos em várias cidades. São 23 locais em Corumbá, quatro em Campo Grande, sete em Bonito, quatro em Dois Irmãos do Buriti, dois em Aquidauana e dois em Anastácio.
Especialista – De acordo com Polícia, Roni Vargas adquiriu voltímetro e um programa de computador, o Landis+Gyr, para realizar as fraudes. “Ele foi evoluindo”, afirma a delegada. Com um cabo de fibra óptica, ele conectava o notebook ao medidor e fazia a fraude.
O preço pelo serviço era o valor da conta de luz referente a um mês da casa ou loja. Depois, o cliente passava a pagar a taxa mínima da conta. A suspeita é que a quadrilha atuava há doze meses. Roni é reincidente pelo crime de furto de energia. A pena vai de um a quatro anos. Agora, a Polícia busca os clientes da quadrilha.