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Cidades

Técnico e amiga são denunciados por morte de jovem durante aborto

Viviane Oliveira | 03/02/2017 13:11
Aline morreu durante procedimento abortivo (Foto: reprodução/Facebook)
Aline morreu durante procedimento abortivo (Foto: reprodução/Facebook)

O MPE (Ministério Público Estadual) denunciou o técnico de laboratório Dnilson Rodrigues Nunes, 41 anos, e Simone Mareco Penha, 30 anos, pelo aborto malsucedido que terminou na morte de Aline Franco, 26 anos, no dia 6 de dezembro do ano passado, em Porto Murtinho, distante 431 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a denúncia, nos dias 3 e 4 de dezembro, Simone ajudou a gestante a comprar remédio abortivo Cytotec. Dois dias depois, por volta das 11h30, na residência da rua Seis, no bairro Dom Pepe, Dnilson realizou o procedimento com o consentimento da vítima, mas não deu certo e a mulher morreu. 

Ainda de acordo com o Ministério Público, Aline estava grávida de dois meses, quando resolveu pedir auxilio a Simone. A denunciada, então, procurou Dnilson que vendeu para as duas o medicamento no valor de R$ 600. Já em casa, em Campo Grande, Aline tomou o remédio, mas o processo abortivo não deu certo.

Ela, então, retornou ao município, onde mora a amiga. O procedimento foi feito novamente, com auxilio de Dnilson. Usando sonda de infusão, frasco de soro e outro medicamento ainda não identificado, segundo o denunciado, mais forte que Cytotec, realizou novamente o procedimento.

Durante a aplicação, Aline passou mal, tentou se levantar, mas desmaiou. Assustados, os dois levaram a mulher para o hospital municipal da cidade, mas não disseram nada do que havia acontecido. Eles relataram apenas de que a paciente havia caído e batido a cabeça.

Em estado grave, a vítima foi encaminhada em regime de vaga zero para a Santa Casa de Campo Grande, porém durante o trajeto, não resistiu e morreu na unidade de saúde de Jardim. Simone responde por permitir aborto provocado por terceiros, com pena de até 6 anos de detenção. Já Dnilson por fazer aborto e utilizar medicamento proibido. Ele, que está preso desde o dia 9 de dezembro, pode pegar até 8 anos de cadeia. 

Caso - Mãe de dois filhos e grávida de dois meses, Aline começou a sofrer hemorragia intensa após tomar o medicamento abortivo. A vítima só foi levada a um hospital após cair e bater a cabeça, complicando sua situação médica.

Segundo a polícia, o técnico desviava medicamentos e material de enfermagem do hospital onde trabalhava para realizar os procedimentos. Essa é a segunda vez que Dnilson é preso por suspeita de envolvimento em abortos ilegais em Porto Murtinho. Em outubro de 2010, ele foi preso em flagrante por vender medicamento abortivo para uma mulher de 20 anos, que também passou mal, mas sobreviveu ao procedimento.

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