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Em Pauta

A ponte queimada de Ponta Porã e o abandono do MS

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 13/06/2025 08:00
A ponte queimada de Ponta Porã e o abandono do MS

Para todos os produtos de importação e exportação do imenso território compreendido entre a margem direita do rio Amambai e as divisas com o Paraguai, existia somente uma estrada de escoamento : a de Ponta Porã, que atravessa esse rio. O movimento de carretas, caminhões, automóveis, cavaleiros e boiadas era intenso. Era a artéria principal da região. Ligava essa cidade aos distritos de União, Nhuverá e Sacarón.


A ponte queimada de Ponta Porã e o abandono do MS

A Coluna Prestes.

Em 1.924, a coluna Prestes, vinda de São Paulo, foi parar em Porto Mendes, no Paraná. Premida pelo exército, tomou de assalto o vapor Bell e nele transportou-se para o outro lado do rio, desembarcando em Porto Adela, território paraguaio. De lá, foi para Sacarón, distrito de Ponta Porã, fazendo recuar as tropas do exército que se achavam no distrito de União. Havia quatro soldados da coluna Prestes para cada soldado do exército, a diferença era imensa. O exercito em retirada, ao chegar à ponte, recebeu a ordem de incendiá-la.


A ponte queimada de Ponta Porã e o abandono do MS

Começam as promessas.

Depois da coluna Prestes ter tomado outro rumo, ficou o trânsito sobre a ponte interrompido. A travessia do rio era feita por uma única pequena barca que abusava nos preços cobrados pelo transporte. Choveram os pedidos de reconstrução ao governo de Cuiabá. Vieram as promessas. Os governantes cuiabanos mudavam a toda hora. Ninguém tomava atitude alguma para reconstruir a ponte.


A ponte queimada de Ponta Porã e o abandono do MS

A revolução constitucionalista reavivou a esperança.

A revolução constitucionalista ganhou inúmeros adeptos na região de Ponta Porã. A esperança de reconstruírem a ponte retornou. Com a derrota dos revoltosos, pedidos, súplicas e lamentos agitavam os fios telegráficos para Cuiabá. Nenhum resultado. A ponte não era reconstruída. Apagou-se a esperança. Os anos passaram. Cuiabá sempre submeteu o Mato Grosso do Sul ao esquecimento. Absolutamente nada era feito nesta região pelo governo. A ideia da separação crescia insidiosamente, principalmente na fronteira.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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