Entre 1940-1950, o agro do MS passou a ser capataz dos bancos
Até 1.940, a relação entre criador de gado e banqueiro era saudável no Mato Grosso do Sul. Novas regras para empréstimos bancários e a imposição dos juros compostos criaram uma situação insustentável para investimentos na região. As parcas fontes históricas dão a entender que invernistas oligarcas de São Paulo tinham se associado a banqueiros para espoliar os pequenos e médios criadores sul mato-grossenses.
Sem carne em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Como os pecuaristas do Mato Grosso do Sul passaram a ter dificuldades para criar e vender o gado para outros pecuaristas e frigoríficos de São Paulo, as populações desse Estado e do Rio de Janeiro deixaram de adquirir “o gênero indispensável à vida, como é a carne”, diz uma das fontes da época.
De pecuaristas a “capatazes de banco”.
O difícil período para a criação de gado, trouxe uma nova simbologia: os pecuarista desta região passaram a se autodenominar jocosamente de “capatazes de banco“. Era a primeira crise que se desencadeou na criação de gado. Os bancos “fecharam” as portas, trancaram o crédito para o vaqueiro.
Como sempre, apostaram no Legislativo…e quebraram a cara.
Os pecuaristas viram-se na contingência de vender parte expressiva de suas boiadas a preços irrisórios para os invernistas de São Paulo, ligados aos bancos. A eles, os bancos criaram situações de credito muito favoráveis. Passaram a comprar apenas o “boi erado”, sob escolha rigorosa. Não lhes interessava o “boizinho” de três anos abaixo e nem a vaca. Durante anos, depositaram as esperanças em uma solução milagrosa que seria oferecida pelo Legislativo. Como sempre, quebraram a cara. É nessa época que o fazendeiro passa a entender a importância de eleger deputados e senadores que lhes desse resposta, que protegesse seus rebanhos. Começam a articular uma proto bancada do boi.
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