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O abismo do egoísmo e seu impacto nas relações

Por Carlos Alberto Rezende (*) | 12/03/2024 16:42

O egoísmo é um conceito que descreve a atitude de uma pessoa que coloca seus próprios interesses e necessidades acima dos outros, muitas vezes de forma excessiva. Pode ser visto como um comportamento individualista e voltado apenas para o benefício próprio, em detrimento ao bem-estar ou das necessidades dos outros. Em contrapartida, a empatia envolve a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos e perspectivas. Ter um equilíbrio saudável entre atender às nossas próprias necessidades e considerar as dos outros é importante para a convivência harmoniosa e para o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis.

O egoísmo na geração Z, que engloba as pessoas nascidas entre meados da década de 1990 e o início dos anos 2010, é um tema complexo e muitas vezes debatido. Alguns argumentam que a geração Z é mais individualista devido ao acesso fácil à tecnologia e às redes sociais, que podem promover uma cultura de autopromoção e busca por validação online. Isso pode levar ao aumento do individualismo e, consequentemente, do egoísmo e da preocupação excessiva com a própria imagem e interesses.

No entanto, é importante ressaltar que generalizações sobre uma geração inteira podem não capturar a totalidade da diversidade de experiências e valores individuais. Muitos jovens da geração Z são ativos em causas sociais, porém de forma diferente, menos presentes fisicamente e mais ativos virtualmente; são meninas e meninos preocupados com questões como a justiça social, sustentabilidade, igualdade de gênero etc, além de estarem sempre lutando pelos seus direitos, mas esquecem-se dos seus deveres. Eles (as) até demonstram empatia e solidariedade em relação a problemas globais e locais, contudo representam uma geração que pratica muito pouco o que defende nas redes sociais.

É natural que em alguns momentos as pessoas possam agir de forma egoísta, independentemente da idade, no entanto é importante incentivar a empatia e a solidariedade, especialmente entre os jovens, para que possam compreender a importância de se preocupar com o bem-estar dos outros e da comunidade em geral.

É crucial abordar a questão do egoísmo nos jovens com sensibilidade e compreensão, levando em consideração tanto os desafios quanto as oportunidades que essa fase da vida apresenta. Incentivar a empatia, a compaixão e o senso de responsabilidade social podem ajudar a cultivar uma geração mais solidária e colaborativa. Existem várias maneiras de promover valores como a generosidade, o altruísmo e a colaboração entre essa gurizada, seja por meio de exemplos positivos, de oportunidades de voluntariado, educação sobre questões sociais e atividades que incentivem o trabalho em equipe.

O egoísmo tem impactos na saúde mental e nas relações interpessoais; o comportamento egoísta, que se concentra excessivamente nas próprias necessidades e interesses, pode levar ao isolamento social, resultando em sentimentos de solidão e desconexão, que estão associados a problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade, afetando a autoestima.

É por este motivo, e por vários outros, que eu volto a insistir na volta da obrigatoriedade da educação física escolar, pois a atividade física e o esporte coletivo contribuem muito na formação e na força interior das crianças, pois dentro de um time cada jogador exerce uma função específica e o desempenho do grupo depende da doação máxima de cada um dos seus atletas, mesmo que eles sejam amadores. Por isso, o jogo não é apenas tático, ele também é de confiança em si mesmo e no outro.

Pais, não almejem que os seus filhos e filhas sejam impecáveis. Criem essas crianças para que elas tenham discernimento na vida e saibam separar amor-próprio e autocuidado de egoísmo, pois quem quer ser perfeito (a) achou um jeito insosso de não ser de carne e osso.

 (*) Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão.  

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