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Finanças & Investimentos

Carro: o vilão do orçamento!

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 28/09/2016 09:15

Com a crise e o aumento do desemprego, cada vez mais pessoas precisam cortar gastos. Se tiver carro próprio, já parou para pensar que ele é dos grandes vilões do orçamento doméstico? "Com essa crise, muitas pessoas já tiraram filhos de escolas particulares e cortaram plano de saúde, mas ainda mantêm o carro próprio, sem perceber que ele é um mal para o orçamento de quem precisa economizar", afirma a planejadora financeira Marcia Dessen, diretora do IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros). A planejadora fez uma simulação para mostrar quanto custa para manter um carro quitado de R$ 35 mil. Lembre-se de que, quanto maior o valor do carro, maior fica o gasto. Veja os cálculos:

IPVA: R$ 1.400 por ano
Seguro: R$ 3.500 por ano
Licenciamento: R$ 150 por ano
Manutenção: R$ 800 por ano
Multas: R$ 500 por ano
Gasolina: R$ 4.800 por ano
Estacionamento: R$ 3.600 por ano
Pedágio: R$ 1.200 por ano
Total de gastos: R$ 15.950 por ano ou R$ 1.329,16 por mês

Se a família tiver renda de R$ 5.000 líquidos, esse gasto representaria 27% da receita. Isso se o carro for quitado. Se a esse custo somar-se uma parcela de financiamento de R$ 700 por mês, por exemplo, esse número ultrapassa R$ 2.000 ao mês, ou 40% da renda. "Esse cálculo é conservador, pois não considerei a depreciação anual do carro", diz. A planejadora sugere uma atitude radical para quem precisa cortar as despesas na carne: vender o carro. Mas, se quiser manter o carro mesmo assim, há alternativas para gastar menos com transporte. As dicas abaixo são de Fábio Barbalho, planejador financeiro da consultoria Ponto C; Leandro Mattera, consultor automotivo pessoal; e Thiago Alvarez, presidente do GuiaBolso:

1. Faça manutenção - Segundo Mattera, o brasileiro tem o hábito de trocar demais de carro: uma vez a cada 1,7 ano. Isso faz com que perca muito dinheiro, pois cada vez que o carro sai da concessionária, pode perder de 15% a 20% do valor. "Se fizer as manutenções necessárias, pode ficar com o carro por cinco anos, que considero o mínimo", diz.

2. Opte por carros menores - Se tem um carro grande, troque por um carro menor. Quanto maior o carro, mais ele gaste com combustível, seguro, pneus, lavagem, estacionamento. Uma dica é olhar a tabela do Inmetro para ver se o carro é econômico.

3. Compartilhe o carro - É possível alugar o carro enquanto não usa. Há aplicativos que fazem a ponte entre o proprietário e quem quer alugar o carro.
4. Pegue carona - Thiago Alvarez sugere conversar com os colegas de trabalho ou pais e mães da escola, por exemplo, para dividir as despesas de transporte.

5. Vá de táxi ou Uber - Segundo Barbalho, sai mais em conta usar táxi ou Uber em vez do carro para circular pela cidade. "Vale mais a pena gastar R$ 700 por mês desse modo do que manter um carro de luxo dentro de casa", diz.

6. Diminua os gastos pela metade - Se tiver dois carros, venda um. "Quem mais precisa de carro são as pessoas que têm filhos pequenos ou que tenham dificuldades de locomoção, porque a acessibilidade no Brasil ainda é uma ilusão", diz Barbalho.

7. Use transporte público em pequenos trajetos - Segundo Barbalho, se morar até 10 km do trabalho vale mais a pena ir de transporte público. Se morar distante do trabalho, busque opções de fretados.

8. Vá a pé ou de bicicleta - Além de economizar com transporte, economize com a academia também.

9. Alugue - Os aluguéis de carros estão mais baratos. Alugar para o fim de semana pode fazer parte de uma estratégia, afirma Alvarez: transporte público e táxi ou Uber durante a semana; aluguel do carro no fim de semana para viagens.

Fonte: Uoleconomia
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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