O peso maior da opinião pública na política
OPINIÃO PÚBLICA: É o fermento das transformações sociais, cruel as vezes, não retrocede. Seus efeitos e consequências imensuráveis e em todas as áreas das relações humanas. Guiada pela sensibilidade humana, influenciada por diversos fatores de todas tendências, ela se antecipa à justiça legal de todos os governos. Suas decisões, irrecorríveis.
‘VOX POPULI, VOX DEI’: Essa expressão foi usada por Maquiavel e filósofos na Idade Média, além de Jean Jacques Rosseau às vésperas da Revolução Francesa. A manifestação crítica, de descontentamento da sociedade em todas as ocasiões históricas da humanidade, foi possível através da opinião seguida de atitudes. Sem ela não há mudanças.
HISTÓRICO: É sabido que a ideia de opinião pública acabou sendo influenciada ou contaminada justamente com o início das realizações das primeiras pesquisas nos Estados Unidos por volta de 1930. Foi neste período que os estudiosos passaram a dar valor as coincidências das manifestações da população com o resultado das urnas.
INFLUÊNCIAS: Detentores de poder, os meios de comunicação tem papel importante entre os fatos e a conexão deles junto a população. Como são transmitidos, esses fatos influenciam na formatação do entendimento. Diariamente as notícias mexem com a nossa cabeça e conceitos, provocam debates em todos ambientes e classes sociais.
POSSIBILIDADES: Não é de hoje que há manipulação de fatos para determinar a reação deste ou daquele grupo social. A sutileza e os métodos empregados conseguem realçar alguns pontos do fato em questão, além de minimizar ou simplesmente ignorar outros aspectos. Hoje por exemplo é possível alterar inclusive diálogos e imagens.
DEBATES: A versão de fatos abraçada pela opinião pública pode sobreviver à verdade corroborada por leis e sentenças judiciais. O estigma permanece. Muitos personagens, apesar de inocentados pela justiça, ficaram estigmatizados e reprovados aos olhos da população. Dentre tantos, vale citar os citados e envolvidos no Mensalão, Lama Asfáltica, Anões do Orçamento e Lava Jato.
MORAL: Na análise de fatos e das pessoas envolvidas ou ao menos citadas, vale muito o conceito da moralidade. Gente rica, pobre, aculturada ou não, cultiva grande estoque destes valores. No Brasil, esse fato ganha ainda mais força devido as decisões emanadas pela justiça, uma instituição de credibilidade em declínio infelizmente.
DEFINIÇÕES? Confúcio: “A verdadeira coragem, apenas, em não nos importarmos com a opinião pública. Mas como custa”. Mário Quintana: “É preciso que toda pessoa se conduza como se estivesse sendo observada por dez olhos e apertada por dez mãos”. Mario Roland: “O fraco treme diante da opinião, o louco afronta-a, o sábio julga-a, o homem hábil dirige-a”.
BATEU, LEVOU: Ibsen Pinheiro era presidente da Câmara; abriu e presidiu o impeachment de Collor de Melo em 1992. Mas em seguida foi cassado por envolvimento no escândalo dos ‘Anões do Orçamento’, onde a figura central era o deputado João Alves. Mesmo ‘reabilitado’ em 2.000, a pecha de corrupto permaneceu junto a opinião pública.
GOVERNADORES eleitos em 1970: Laudo Natel (SP), Antonio Carlos Magalhães (BA), Rondon Pacheco (MG), Alberto Silva (PI), Pedro Santana (MA), Ernani Satiro (PA). Leon Peres (PR), José Fragelli (MT), Chagas Freitas (RJ), Eraldo Gueiros (PE), Euclides Triches (RS), Colombo Sales (SC), Cortez Pereira (RN).
VICE LÍDER: Perdemos apenas para os Estados Unidos. O custo anual do Congresso Nacional com os 3 mil servidores beira os R$ 400 milhões. Cada um dos deputados e senadores custa anualmente US$ 7 milhões por ano, que é 6 vezes mais do que fatura um parlamentar da França. Como se vê nossa ‘mania de grandeza’ é impressionante.
FRANCAMENTE... Quanto pior melhor? Parece que sim, se levado em conta a iniciativa de um grupo de deputados federais que comemoraram a alta do dólar frente a moeda brasileira. É um desserviço à nação, independentemente da posição política, torcer contra o próprio país e à favor das vantagens eleitoreiras pessoais.
HISTÓRIA: Alguns senadores de 1959-63: Juscelino Kubistchek (MG), Lino de Matos (SP), Padre Calazans (SP), Milton Campos (MG), Pedro Ludovico (GO), Saulo Ramos (SC), Moura Andrade (SP), Juraci Magalhães (BA), Lourival Fontes (SE), Irineu Bornhausen (SC), Rui Palmeira (AL) e Otávio Mangabeira (BA). Imbatíveis.
REMINISCÊNCIAS: Destaques do Senado (1971-74): Ney Braga (PR), Fernando Correa (MT), Carvalho Pinto (SP), Paulo Brossard (RS), Magalhães Pinto (MG), Orlando Zancaner (SP), Jarbas Passarinho (PA), Virgílio Távora (BA). Petrônio Portela (PI), Franco Montoro, Teotônio Vilela (AL), Emival Caiado (GO), Saldanha Derzi (MT). Incomparáveis.
RETROVISOR: Nomes da legislatura de 1959-63 da Câmara: Flores da Cunha (RS), Nestor Jost (RS), Mario Palmerio (MG), Antônio C. Magalhães (BA). Ranieri Mazili (SP), Cunha Bueno (SP), Nelson Carneiro (RJ), Nilo Coelho (BA), Waldir Pires (BA), Carlos Lacerda (RJ), Franco Montoro (SP), Philadelpho Garcia Neto (MT).Timaço.
GOVERNADORES eleitos em 1974: Sinval Guazelli (RS), Paulo Egídio Martins (SP), Jaime Canet (PR), Moura Cavalcanti (PE), Konder Reis (SC), Dirceu Arcoverde (PI), Faria Lima (RJ). Tarcísio Maria (RN), Aluízio Chaves (PI), José Garcia Neto (MT), Roberto Santos (BA), Divaldo Suruagi (SE). Grandes lideranças.
A INTENÇÃO do colunista não é estabelecer ou provocar comparações com o nível do atual Congresso Nacional. Neste período de férias e de recesso parlamentar, vale sim mergulhar no passado da nossa história política, aliás tão rejeitada e estigmatizada pelo pessoal mais jovem. Que cada um tire suas conclusões.
COMPLICADO: A situação de algumas prefeituras interioranas nos remetem aos ‘seriados’ exibidos nos cinemas onde havia uma cena de suspense com a bomba programada para explodir. No caso das prefeituras, virão as choradeiras e acusações pelos novos mandatários. É a velha ladainha vista pela população como fato ‘natural’.
A COLUNA SÓ VOLTARÁ A CIRCULAR NA 2ª. QUINZENA DE JANEIRO
Feliz ano novo. A vida é um sopro!