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Manoel Afonso

PSDB fortalecido após a ‘Lama Asfáltica’

Manoel Afonso | 24/07/2015 09:41

INFERNAL Nunca se viu uma pauta política – no recesso – tão recheada como agora. Além do inferno astral do Planalto, os desafios de Olarte, veio a ‘Lama Asfáltica’ para detonar mazelas, podendo até mudar radicalmente o nosso quadro político.

DILMA Sob risco de impeachment, pelo crime de responsabilidade do art. 85 da Carta Magna. É atribuição exclusiva da Câmara dos Deputados que promove o processo que depois é julgado pelo Senado. Ao Judiciário, cabe tão somente assistir.

IRONIA Em sua obra ‘Elementos de Direito Constitucional’, o reconhecido mestre na matéria e hoje vice presidente Temer, dedica 5 paginas ao ‘crime de responsabilidade’ lembrando: “o impeachment envolve juízo de conveniência e oportunidade”.

FOGO DUPLO Além da grande chance de ter sua prestação de contas rejeitada pelo TCU, devido as pedaladas fiscais, Dilma curte insônia também pelos respingos cada vez mais próximos do Planalto por conta da respeitável Operação Lava Jato.

LEMBRANDO Os tratadistas de Direito Constitucional ( sem rabo preso ao PT) tem manifestado de forma unânime que o caso da presidente Dilma se apresenta com maior gravidade daquele verificado no impeachment de Collor. Portanto...

É VISÍVEL o constrangimento dos petistas pelos escândalos da Lava Jato. A dupla negativa do ‘habeas corpus’ ao Zé Dirceu soa como aquela crônica a morte anunciada. E a inquietude do ex-poderoso Lula é cada vez mais latente. Quem diria hein!

OS LEITORES sabem que há muita sujeita no reinado petista. Se for aberta a ‘caixa preta’ dos empréstimos do BNDES, veremos quem foram os privilegiados de tamanha generosidade. Esse papo que ‘antes também se roubou’ não cola mais.

É PRECISO admitir o papel do PMDB, muito mais como conivente e sócio do poder, do que um simples aliado. Claro que o Eduardo Cunha está tomando posições também por interesses pessoais, mas de alguma forma ajuda a passar o país a limpo.

‘INTERESSANTE até, a convivência entre os deputados do PT e PMDB nas sessões da Assembleia Legislativa. Os primeiros - se abdicaram do tema corrupção; os últimos apenas reclamam, com moderação, de eventuais medidas do Planalto.

SAIA JUSTA Se peemedebistas e petistas partilham ‘numa boa’ os cargos federais no MS; se são sócios majoritários no Planalto, é natural esse convívio pacífico. A mesma postura se aplica ao PR através dos dois aplicados representantes na AL.

EVIDENTE: os tucanos privilegiaram a governabilidade, abrindo mão das questões nacionais polêmicas . Reinaldo faz o jogo; prestigia Jr. Mochi e ajuda os deputados com as emendas que atendem aos seus interesses paroquiais.

NO FUNDO o deputado estadual sabe: a prioridade é atender suas bases eleitorais com obras e a nomeações. Sabe: o que o eleitor pensa do cenário nacional e a manifestação se torna até desnecessária. Deve guardar essa munição para o ano da reeleição.

PERA LÁ! Como será esse Agosto na nossa Assembleia com o amadurecimento do impeachment de Dilma e o aprofundamento das investigações da ‘Lama Asfáltica’? Como será a defesa de Giroto, Amorim e da administração de André?

A POSIÇÃO da deputada Antonieta Amorim é delicada por ser irmã do empresário acusado. Foi poupada no início do escândalo ocorrido pouco antes do recesso. É certo que o pessoal do PT sairá da clausura para aproveitar o mote eleitoral.

LEMBRANDO: O deputado Zeca do PT acaba de ser absolvido no rumoroso processo da ‘farra da publicidade’. Coincidentemente ocorre na explosão do ‘Lama Asfaltica’, ensejando comparações entre a conduta de seu governo e de André. Já viu, né!

AZAMBUJA O grande ganhador decorrente dos cenários nacional e estadual. Seu ‘discurso Wilsista’ objetivo, de cunho moralista, coerente com um governo simples (arroz & feijão), mas que atende às necessidades básicas do povo.

EXPECTATIVAS Pesquisas mostram: a população já aceitou o estilo de Azambuja governar que auxiliará na atração de lideranças para o pleito de 2016. A insatisfação com a situação do país ajudará o discurso de Azambuja e companheiros.

MUNIÇÃO para 2016 está sendo estocada. Os meios de comunicação uniram o país no sentimento de indignação. A inflação e o desemprego devem corroer os efeitos do Bolsa Família, por exemplo. É claro que nos palanques tudo isso será explorado.

NA CAPITAL o quadro político passa a ser um enigma após o escândalo que também denuncia esquema de compra de votos para cassar Bernal. O ex-prefeito vai aproveitar e explorá-lo onde e como achar conveniente. Mais uma pimenta nesta salada.

A PROPÓSITO Embora realizada entre os dias 5 e 17 deste mês, vale registrar os números da pesquisa da ‘Vale Consultoria e Assessoria Ltda’, do ‘cap’ Tony Bueno, aferindo o pensamento do eleitorado da capital para a sucessão municipal.

PESQUISA para prefeito – estimulada: Marcos Trad 36%, Bernal 21%, Giroto 5%, Dagoberto 5,10%, Antonieta 4,25% e Rose 3,90%. Na espontânea André tem 15%, Nelson Trad 7,2%, Marcos Trad, 6,20%, Olarte 2,30 e Bernal 1,30.

REJEIÇÃO Bernal tem 26,80% , Olarte 26,20, Marcos Trad 7% e Giroto 6,40%. Ainda: para 38,30% o apôio de André é importante; para 16,40% vale a indicação de Azambuja. Mas é evidente, o quadro sofrerá alterações após a ‘Lama Asfáltica’.

“Só se tolera o meio político brasileiro tapando o nariz.” (jornalista Paulo Francis)

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