Ricardo Galvão aposta na fotografia feminina para resgatar autoestima
Fotógrafo mira um público amplo, com atenção especial as mulheres 40+

Aos 66 anos, ex-fotógrafo da Força Aérea e professor de Photoshop, carioca fixa morada em MS e se especializa em ensaios sensuais com linguagem elegante, combinando direção de modelo, luz suave e conversa franca sobre limites e desejos.
Ricardo Galvão diz que decidiu ser fotógrafo aos 12 anos. Faltava dinheiro para a “máquina profissional” e sobrou vontade. O caminho veio por um atalho improvável: ingressou na Força Aérea Brasileira, onde se formou em fotografia aérea. Foram três décadas de serviço, laboratório analógico, revelação de filmes e missões longas. “Eu entrei pela fotografia, fiquei pela fotografia”, resume.
Após 30 anos, deixou a FAB (2007) e migrou para a sala de aula: lecionou fotografia e edição de imagem (Photoshop) em escolas técnicas e no Senac, alternando estúdio e laboratório. A didática afinou o olhar para pose, luz e direção de modelos.
A virada para o feminino/sensual
A partir de trabalhos com moda, desfiles e direção de modelos, Galvão foi se aproximando do retrato feminino e do sensual, primeiro no Rio, depois em Vitória (ES) e, há um ano, em Campo Grande. Ele prefere chamar de “fotografia feminina” para deixar claro que sensual não é sinônimo de nudez.
Cada mulher tem um ‘sensual’ próprio. Tem quem queira só sugerir; tem quem queira ousar. Eu sento para um café antes e pergunto: o que você entende por sensual? A partir daí, defino iluminação, produção e pose. Não existe roteiro único.”
A abordagem é direta: briefing olho no olho, definição de limites e referências, e um plano de luz que favorece pele e silhueta sem exageros. “Direção é metade do resultado. Não coloco ninguém em desconforto; proponho, mostro no visor e ajusto junto. O ensaio é construído com a cliente.”
O passado técnico ainda aparece: domínio de luz contínua e flash, cuidado com sombras duras e pós-produção contida. “Photoshop é ferramenta, não muleta. Retoco para realçar, não para transformar.”
Galvão mira um público amplo, com atenção especial a mulheres 40+. “Muita cliente chega dizendo ‘não sou modelo’ ou ‘não tenho corpo para isso’. A sessão vira um rito de passagem, ela se vê com outros olhos.” O ensaio, diz, serve de lembrança e combustível. “Fotografia é documento de potência. Quando bem conduzida, muda a conversa interna.”
O fotógrafo desembarcou em Campo Grande para ficar perto da filha e se diz “surpreso e animado” com a receptividade. “A cidade tem cena, tem curiosidade, e quer referências de qualidade. Meu foco agora é me conectar, mostrar portfólio e ouvir o que as mulheres daqui buscam.”
Sobre limites, é taxativo: “Vulgaridade não me interessa. Gosto do sensual elegante, com história, gesto e luz.” Entre referências, cita o nu artístico em locações antigas, a escola de moda e a direção precisa de mãos e olhar. “Sensualidade está no detalhe, não na quantidade de pele.”
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