Boneco de Judas “homenageando” Marun amanhece pendurado em praça
Fato foi registrado por leitores do Campo Grande News em praça na rua Centaura; boneco com cabeça de abóbora e luzes representando olhos e boca foi pendurado na noite de sexta-feira e chamou a atenção de moradores
Uma tradição de Páscoa cada vez menos comum em Campo Grande foi revivida entre a noite desta sexta-feira (30) e a manhã de sábado (31) no bairro Cidade Jardim. Um boneco de Judas foi pendurado a cerca de três metros de altura em uma praça, aguardando para ser “malhado”. Com cabeça de abóbora que inclusive acendeu no escuro, o boneco, vestido com um terno, tem o nome “Marun” escrito em uma faixa –possivelmente uma referência ao ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República e deputado federal licenciado por Mato Grosso do Sul.
Moradores informaram ao Campo Grande News que o boneco foi pendurado na noite de sexta em uma árvore na praça localizada no cruzamento das ruas Centaura e Taiobá, quando também foi “aceso” –segundo imagens enviadas à redação por meio da página no Facebook. Até por volta das 11h, porém, a “malhação do Judas” não havia iniciado, mas já despertava a curiosidade de moradores.
A administradora Alexandra Hirt, 37, que passeava na praça nesta manhã com os filhos, confirmou que moradores fixaram o boneco na noite anterior, mas não soube identificar os responsáveis pela brincadeira. “No Paraná, de onde eu vi, é tradição, mas quase não via isso aqui em Mato Grosso do Sul”, disse ela.
Otávio, 5, um dos filhos de Alexandra, mostrou-se impressionado com a brincadeira. “Parece que está voando, isso só serve para dar medo”, observou a criança.
A dona de casa Selma Hirt, 60, há 42 anos em Mato Grosso do Sul, disse ser a primeira vez que vê a malhação de Judas no bairro e aprovou a iniciativa. “É saudável, serve para manter as tradições”.
A reportagem contatou o ministro Marun para comentar o fato, mas não obteve resposta até a veiculação desta matéria.
Tradição – A Malhação ou Queima de Judas é uma tradição cultivada por décadas por católicos e ortodoxos. Como os próprios nomes indicam, trata-se da destruiçao de bonecos batizados em nome de Judas Iscariotes, que entregou Jesus Cristo ao Conselho de Judeus em troca de 30 dinheiros –arrependido, ele tentou depois devolver o dinheiro, mas repelido pelos sacerdotes decidiu se enforcar.
Os bonecos, feitos de serragem, papel e trapos, são surrados como forma de representar a destruição das forças do mal no Sábado de Aleluia –véspera do Domingo de Páscoa–, geralmente ao meio-dia. A prática foi trazida pelos cristãos de Portugal e Espanha para o Brasil.
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