Jovem grava vídeo emocionada após mãe ser morta a facadas: "Eu perdoo meu irmão"
Mulher de 47 anos foi assassinada pelo próprio filho na noite de quinta-feira
RESUMO
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Em um trágico episódio em Glória de Dourados, a 282 km de Campo Grande, Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21 anos, matou a própria mãe a golpes de faca após ser impedido de comprar drogas. O jovem, que sofria de depressão e tinha histórico de dependência química, foi encontrado pela polícia em uma boca de fumo em Dourados. Thaysa Orue dos Santos, irmã do acusado, demonstrou perdão ao irmão e atribuiu a tragédia ao vício em drogas. Segundo ela, Alfredo estava há três noites usando cocaína e tomava medicações controladas. O jovem foi preso e está à disposição da justiça.
"Deitei na cama da minha mãe e senti como se ela dissesse: ‘perdoa seu irmão’". A frase, dita com a voz embargada pela dor, é de uma filha que perdeu a mãe de forma brutal e, ainda assim, encontrou forças para perdoar. Thaysa Orue dos Santos, de 29 anos, irmã de Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21, acusado de matar a própria mãe a golpes de faca, gravou vídeo pedindo respeito diante da tragédia que abalou sua família.
"Fiquei com muita raiva do meu irmão", começa ela, num desabafo que não tenta mascarar o que sente. Assim que soube do crime, ela viajou imediatamente para Glória de Dourados, cidade a 282 km de Campo Grande, onde aconteceu o crime - na casa da família. “Chegando lá, os amigos da minha mãe já tinham limpado toda casa. Deitei na cama dela, queria sentir o cheiro dela, ainda não estava acreditando”.
Foi ali, deitada onde a mãe dormia, que a revolta deu lugar a um sentimento mais difícil ainda de explicar. “Deitei na cama da minha mãe, meu coração se acalmou na hora e me veio uma vontade de encontrar meu irmão, para proteger ele dele mesmo”.
O crime, que aconteceu na noite de quinta-feira (3), chocou a cidade. Alfredo confessou ter dado cinco golpes de faca na mãe, Michelly Rios Midon Oruê, de 47 anos, após ela o impedir de sair para comprar drogas.
A irmã revela um histórico de sofrimento: “Meu irmão tinha problema com droga, depressão. Quando ficava sem a droga, tinha surtos. Tem laudo. Longe disso tudo, ele era uma pessoa boa, carinhosa. Ele era amoroso, eu até falava para ele: ‘para com tanto abraço’”.
Segundo ela, não havia histórico de brigas entre mãe e filho. “Eles não discutiam, não tinha isso que está todo mundo criando”.
Ainda tentando entender a tragédia, a irmã diz que não se apega apenas ao que aconteceu, mas também à lembrança da relação da família. “A gente ainda não sabe o que aconteceu. Provavelmente foi um surto. Ele tomava muita medicação. Meu irmão tinha três noites usando cocaína. Ele não estava em si".
Ela reconhece que sentiu raiva, mas que isso passou. “Eu também tive raiva no começo, mas foi só um momento. Não é isso que eu sinto pelo meu irmão”. A dor, segundo ela, ainda não foi completamente absorvida. “Não caiu nossa ficha ainda, a gente está sofrendo demais. Sempre fomos muito apegados uns aos outros e o que estiver ao meu alcance, vou fazer para proteger ele. Eu perdoei meu irmão, porque minha mãe perdoaria”.
No fim do áudio, Thaysa deixa claro quem ela enxerga como o verdadeiro culpado. “A droga acabou com a minha família. Acabou com a vida da minha mãe. Não foi meu irmão, foi a droga”.
Prisão - Alfredo fugiu depois de cometer o crime e localizado pela Polícia Militar no dia seguinte, sexta-feira (4), em uma boca de fumo na cidade de Dourados, distante cerca de 80 km de Glória. Ele segue à disposição da justiça.
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