Agetran some e trânsito coloca moradores contra Feira do Bosque novamente

Para muitos, a Feira do Bosque da Paz, realizada no Bairro Carandá Bosque todo terceiro domingo do mês, é uma unanimidade. Basta ver a quantidade de pessoas e expositores que comparecem à feira, mais uma do circuito das chamadas "feirinhas", que já virou tradição na Capital. Com espaço amplo e arborizado, a Feira do Bosque serve de lazer para dezenas de famílias e de ganha-pão para outras tantas .

Porém, na edição deste domingo (19), uma velha reclamação dos moradores das ruas no entorno do Bosque ressurge: a do trânsito caótico e da suposta degradação do espaço . O assunto foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.

A funcionária pública, de 66 anos, que preferiu não se identificar, até desistiu de sair de carro, neste domingo. Ela mora na Rua Valdecir Messias Rodrigues Machado, há 24 anos.

“Estacionamento nas faixas amarelas da via, minha rua tem duas mãos, o trânsito fica caótico.  A gente não consegue sair de casa. A situação é tão caótica que desisti, teria que alguém ficar na rua parando o trânsito para eu consegui sair. Já tivemos, inclusive, que sair de emergência usando a calçada”, disse.

Apesar de ser realizada uma vez por mês, ela diz não aguentar mais a depredação do espaço verde. “O que mais me aflige é ver a destruição gradativa do Bosque. Ocorre que estão ocupando as áreas com grama, muita gente pisando, os animais que vivem aqui somem. Lixo recolhido na noite seguinte, já houve caso de o lixo ser recolhido na quarta-feira”, reclamou.

Outra moradora, uma aposentada de 72 anos, reclama da mesma situação. Ela mora no bairro há 30 anos. “Essa feira é um caos e está no lugar errado. Entendo quem goste, mas tudo tem seu local adequado. No bosque não tem banheiros ideais, não tem estrutura, e está causando impacto no meio ambiente. O acúmulo de restos de comida traz mais baratas e escorpiões. Além de toda falta de organização e respeito às normas de trânsito, todos os veículos parados nas faixas amarelas”, desabafou.

Diante do grande fluxo de expositores e visitantes, as reclamações até foram revertidas em medidas para tentar “civilizar” o trânsito, como a pintura de faixa amarela, que proíbe estacionamento, e placas com o informativo “proibido estacionar em dia de feira”.

Em resposta, a organizadora da feira, Carina Zamboni, justificou que foi feito um acordo com a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) e com a Polícia Militar, desde o início da feira para que tivesse fiscalização.

“Eles não estão comparecendo. Essa questão da organização do trânsito não tem como a gente fazer. É uma questão realmente dos órgãos, do órgão da Prefeitura e eles não estão nos ajudando. A gente não consegue fiscalizar o que acontece na rua, eu não posso multar ninguém”, explicou.

Em relação ao lixo, Carina afirma que entrega a praça limpa todas as vezes e que tem uma equipe de limpeza que circula durante a feira. Ao final da feira, ficou combinado com a Solurb de retirar na segunda-feira de manhã.

A Agetran informou apenas que na manhã deste domingo, as equipes revezaram fiscalização no local.

Inaugurada em agosto de 2022, a Feira do Bosque tem sido realizada sempre no terceiro domingo do mês. Por ano, movimenta cerca de R$ 7,2 milhões entre os 550 expositores de artesanato, moda autoral, antiguidades, gastronomia e uma gama diversificada de atrações culturais.

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