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Direto das Ruas

“É um absurdo”: mãe denuncia falta de medicamentos para epilepsia e autismo

Ana Amorim relata que os remédios não são encontrados há pelo menos três meses

Por Geniffer Valeriano | 13/11/2024 09:56
Paciente procurando remédio em farmácia de posto de saúde (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Paciente procurando remédio em farmácia de posto de saúde (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

“É um absurdo”, diz mãe de adolescente, de 15 anos, que precisa de medicamentos repassados pela Casa da Saúde e pelo Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de Campo Grande. Ana Lucia de Amorim, 54 anos, relata que os remédios não são encontrados há pelo menos três meses.

A dona de casa explica que o medicamento que está em falta há mais tempo é usado por seu filho desde quando ele tinha um ano de vida. Segundo informado, o adolescente faz uso de Copxol, Valproato de Sódio, Bipiridina e Clobazam para o tratamento de epilepsia e autismo de suporte 3.

Enquanto o remédio não retorna ao estoque da farmácia da Casa da Saúde e da Caps, a mulher tem gastado aproximadamente meio salário mínimo para que o tratamento do filho não seja interrompido. “Quando perguntamos, eles dizem apenas que está em falta ou que está em processo de compra”, explica.

Ana ainda relata que é mãe solo e, para conseguir comprar os medicamentos, têm precisado realizar “bicos” e diárias para aumentar a renda da casa. “É um absurdo, um dos remédios entrei pela defensoria para conseguir e mesmo assim está em falta. Está em processo de compras há meses e até agora nada?”, desabafa.

Nesta quarta-feira (13), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou para o Campo Grande News que “está empenhada em resolver a situação dos medicamentos para tratamento de condições específicas”.

A secretaria de saúde ainda explicou que o Clopixol (zuclopentixol) foi alvo de dois processos de pregão, mas ambos fracassaram. “A Sesau está em nova fase de compra para assegurar a disponibilidade do medicamento na rede”, complementa.

Enquanto o Biperideno, é dito que o remédio não está sendo fabricado e por isso não houve a reposição do remédio. “A Sesau reforça seu compromisso em buscar soluções rápidas e adequadas para garantir o atendimento aos pacientes e solicita aos responsáveis uma nova avaliação médica para eventuais trocas de medicação, se necessário, considerando que o paciente faz acompanhamento médico pela rede suplementar de saúde”.

Segundo informado, o Valproato de sódio não está em falta. “Há estoque disponível na rede municipal e o paciente tem feito a retirada do medicamento junto ao CAPs”.

O Clobazam é fornecido apenas pela Casa da Saúde, não fazendo parte do acervo de fornecimento do município. Conforme informado pela SES, está em andamento um processo emergencial de compra do medicamento.

“A SES ressalta que todas as providências administrativas e logísticas foram adotadas para garantir a aquisição. Seguimos acompanhando o andamento do processo emergencial e trabalhamos para que o medicamento seja disponibilizado o mais breve possível, reafirmando o compromisso com a saúde da população e com o fornecimento contínuo dos medicamentos necessários”, detalha.

(*) Matéria alterada às 16h04, do dia 13 de novembro de 2024, para acréscimo de resposta da Sesau e SES

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