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Direto das Ruas

Escorpiões voltam a virar praga durante período de chuvas

Estado registrou 59 casos do aparecimento do animal em residências em janeiro

Natália Olliver e Clara Farias | 10/02/2023 15:58
Animal caputurado por moradores (Foto: Paulo Francis)
Animal caputurado por moradores (Foto: Paulo Francis)
O período de chuvas intensas e altas temperaturas preocupa a população sul-mato-grossense. Isso porque esta época do ano, entre os meses de dezembro e março, é uma das mais propensas ao aparecimento de escorpiões. Em janeiro, 59 casos foram registrados no Estado. Os dados são da Secretaria de Estado e Saúde (SES).

Conforme o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) em 2022, o Estado registrou 3.205 ataques desse animal, 1.101 foram em Campo Grande. O Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) informou que as ocorrências de picadas de escorpião na Capital tiveram aumento de 46% nos últimos quatro anos. Só em 2018, foram 688 casos registrados na Capital.

Para evitar novos casos, o Centro recomenda que as pessoas mantenham os terrenos limpos, retirarem entulhos, deixem o ambiente sempre limpo, livre de insetos e ratos e evitem o acúmulo do lixo doméstico ou material de construção, uma vez que o animal peçonhento gosta de se abrigar em locais escuros, com lixo, entulhos e dentro de bueiros.

Apesar da recomendação, o cenário visto em diversos bairros de Campo Grande está longe do ideal. O Campo Grande News recebe inúmeras denúncias diariamente sobre o abandonados de terrenos e acúmulo de lixo e, consequentemente, sobre o aparecimento de escorpiões nos locais.

O porteiro Alfredo Mendonça, 59 anos, que mora em frente a um terreno baldio, na Rua Santa Genoveva, no Bairro Seminário ll, entrou em contato com a reportagem para reclamar da quantidade de escorpiões que aparecem em sua residência devido ao terreno abandonado.

Segundo ele, o matagal do terreno é abrigo de escorpiões e cobras e os moradores não sabem quem é o dono para pedir uma limpeza. Alfredo contou à reportagem que normalmente tem muito lixo no terreno e que “o pessoal estaciona o carro e joga lixo durante a noite”. Ele reclama que o pessoal compra o terreno, não constrói nada e nem vende: “fica aí só sujando e atraindo bicho”, comentou.

Oliveira lll

Terreno baldio no bairro Oliveira lll é utilizado como depósito de lixo. (Foto: Direto das Ruas)
Terreno baldio no bairro Oliveira lll é utilizado como depósito de lixo. (Foto: Direto das Ruas)

No Bairro Oliveira lll, um terreno baldio, localizado na Rua Armando Capriata esquina com a Rua Mansões, está sendo utilizado para descarte de lixo. Nas imagens recebidas no canal Direto das Ruas é possível observar móveis quebrados e sacolas de lixo rasgadas.

Segundo a moradora da região, que não quis ser identificada, o problema ocorre há muitos anos. O terreno que está com mato alto virou depósito de lixo e abrigo para animais peçonhentos. A moradora relata que o bairro está com infestação de pernilongos e teme pelos casos de dengue que possam aparecer, tendo em vista que sua vizinhança é repleta de crianças e idosos.

A moradora afirma já ter ligado para a prefeitura em busca de limpeza, mas que não obteve nenhuma resposta. Ela contou à reportagem que quando o terreno estava com placa de venda, os moradores ligavam para a corretora para alertá-los do problema, “acho que de tanto que ligamos, a placa foi retirada”, comentou.

Jardim Monte Líbano 

Casa está abandonada há dez anos, relata moradora. (Foto: Direto das Ruas)
Casa está abandonada há dez anos, relata moradora. (Foto: Direto das Ruas)

A moradora do Jardim Monte Líbano, mãe de dois filhos pequenos, contou à reportagem que vive com medo durante o dia todo, por morar próximo a uma casa abandonada. O terreno da casa, localizado na Rua Senador Ponce, esquina com a Rua Roberto Spengler, no Bairro Monte Líbano, está com mato alto e é abrigo de escorpiões, baratas e muitos pernilongos, relatou a moradora.

Ela contou que mora no bairro há 10 anos e que o terreno nunca foi limpo, apesar de ter ligado inúmeras vezes para a prefeitura, a resposta obtida foi de que a prefeitura não limpa terrenos particulares. Segundo a moradora, há dois anos atrás era possível ver escorpião em todos os cantos da casa, embaixo dos móveis. Ela teme que o animal volte a aparecer e pique seus filhos. “Criança infelizmente não para, sobe em tudo, mexe, até entender que não pode mexer demora”, comentou.

Santa Luzia 

Terreno baldio na Rua São Cristóvão, bairro Santa Luzia. (Foto: Direto das Ruas)
Terreno baldio na Rua São Cristóvão, bairro Santa Luzia. (Foto: Direto das Ruas)

A mesma situação foi registrada por um pedreiro, morador do Bairro Santa Luzia, que informou à reportagem que pediu para o dono do terreno, localizado na Rua São Cristóvão, no Bairro Santa Luzia, limpá-lo, mas que recebeu como resposta "não está me incomodando". O pedreiro relata que o terreno está há mais de um ano sem limpeza e que durante a noite não tem iluminação.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande que solicitou os endereços para deslocar as equipes e realizar fiscalização dos terrenos.

Denuncie - Para denunciar um terreno sujo é preciso entrar em contato com a Prefeitura de Campo Grande pelos telefones: 156 da Semadur; 3314-9955 da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde); e (67) 3325-2567 da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).

De acordo com a Lei Municipal n. 2.909, de 28 de julho de 1992, proprietários de terrenos sem edificação são obrigados a mantê-los limpos, sendo proibido a utilização de queimada para limpeza. As multas variam de R$ 2.727,50 a R$ 10.910,00.

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