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Direto das Ruas

Improviso com embalagem e lista do que falta denunciam situação de UPA e CRS

Desabastecimento de 17 materiais e 23 remédios deixa locais "caóticos" na Capital, segundo relato

Por Cassia Modena | 08/01/2025 14:05
Improviso com embalagem e lista do que falta denunciam situação de UPA e CRS
Embalagem de alvejante usada para destacar materiais perfurantes no CRS Tiradentes (Foto: Direto das Ruas)

De blocos para receita médica até o cateter nasal que leva oxigênio aos pacientes que necessitam, podem estar faltando 17 tipos de materiais e 23 tipos de medicamentos em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centro Regional de Saúde) de Campo Grande, segundo lista enviada ao Direto das Ruas nesta quarta-feira (8).

RESUMO

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Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros Regionais de Saúde (CRSs) em Campo Grande enfrentam uma grave crise de desabastecimento, com a falta de 17 tipos de materiais e 23 medicamentos essenciais, incluindo antibióticos e cateteres. Um denunciante anônimo descreveu a situação como "caótica", especialmente nas unidades dos Bairros Tiradentes e Coronel Antonino. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) foi contatada para explicar as falhas na reposição de suprimentos, mas não respondeu até o fechamento da matéria. Além disso, relatos de falta de médicos e profissionais de saúde também foram registrados, evidenciando uma crise mais ampla no atendimento médico na região.

Além da listagem do desabastecimento, chegaram fotos de uma embalagem de alvejante improvisada como lixeira para descartar agulhas e outros materiais perfurocortantes já utilizados.

O denunciante, que não quis se identificar, disse que "a situação é caótica" dentro de unidades dos Bairros Tiradentes e Coronel Antonino, pelo menos, e pode estar difícil em outras do Bairro Nova Bahia e Santa Mônica.

Veja a lista completa:

Medicamentos
Amoxicilina + clavulanato de potássio comprimido
Amoxicilina + clavulanato suspensão
Albendazol 400 mg comprimido
Hioscina/escopolamina comprimido
Metoclopramida comprimido
Ondansetrona injetável
Prometazina injetável
Cetoprofeno injetável
Complexo B injetável
Complexo B comprimido
Metronidazol injetável nitrofurantoína 100 mg
Ácido valproico comprimido 500 mg
Biperideno comprimido 2 mg
Fluoxetina comprimido 20 mg
Fenobarbital comprimido 100 mg
Fenitoína comprimido 100 mg
Nitrazepam comprimido 5 mg
Nortriptilina comprimido 25 mg
PVPI (Polivinil Pirrolidona Iodo)
Floratil e ciclobenzaprina (medicações compradas, não padronizadas)

Materiais
Tubo endotraqueal 7.5 e 8
Tubo endotraqueal 8.5 (estoque crítico)
Espaçador
Fio nylon 3.0 e 4
Bolsa coletora estéril sistema fechado 2 l
Coletor universal 80 ml
Dreno de tórax de todos os tamanh
Fita de micropore 5
Descartex 13 litros
Máscara laríngea 1.0/1.5/2.0/6.0
Cateter intravenoso periférico nº 20
Cateter intravenoso periférico nº 24 (estoque crítico)
Cateter nasal para oxigênio adulto
Cateter nasal para oxigênio infantil
Equipo macrogotas
Receituário médico

A Sesau - Responsável pelo abastecimento de medicamentos e materiais nos locais, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) enviou nota informando que está "monitorando de forma rigorosa essas questões e adotando todas as medidas cabíveis para regularizar os estoques o mais rapidamente possível, mantendo todos os esforços para garantir o atendimento aos profissionais de saúde e à população campo-grandense".

A pasta reconhece que "algumas situações pontuais têm ocorrido, em decorrência de fatores externos que fogem à competência administrativa do município", como:

- Problemas de fornecimento: Medicamentos como Escopolamina comprimido e Cetoprofeno injetável enfrentaram cancelamentos ou atrasos na entrega por parte de fornecedores, apesar de contratos vigentes.

- Problemas de importação: itens como Biperideno, Nitrazepam e Ácido Valpróico têm enfrentado dificuldades relacionadas à importação de matéria-prima.

- Recesso das empresas fornecedoras no final de ano.

Sobre o processo de aquisição de materiais para descarte, a Sesau informa que o processo está em fase final e que a regularização ocorrerá nos próximos dias.

Sem ninguém - No último sábado (4), outro relato feito ao Direto das Ruas foi sobre a falta de médicos e outros profissionais da saúde para atender pacientes na UPA Leblon, da Capital.

Mãe de adolescente que precisou de atendimento, Aline Cescede enviou vídeo mostrando salas vazias e contou ter esperado cerca de quatro horas para a filha ser chamada. "Não tem ninguém na triagem, farmácia, tudo fechado (...) salas vazias, não tem médico, tudo vazio", ela disse enquanto filmava.

Ao falar sobre o caso com o Campo Grande News, a Sesau afirmou que “às 23h, o censo da UPA Leblon indicava apenas sete crianças aguardando atendimento pediátrico, enquanto a unidade contava com sete clínicos gerais e cinco médicos em escala para atendimento infantil, quantitativo adequado para suprir as necessidades do plantão”.

Matéria atualizada após a publicação para adicionar nota da Sesau.

Direto das ruas - A denúncia chegou pelo Direto das Ruas, o canal de interação dos leitores com o Campo Grande News.

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