Antes de se tornar obrigatório, postos da Capital já instalam bombas antifraudes
Operação deflagrou esquema de adulteração e fraudes em bombas de combustíveis, com integrantes do PCC, em MS

Pelo menos três postos de combustíveis em Campo Grande se anteciparam à obrigatoriedade nacional e já têm instalada a bomba medidora criptografada, segundo o Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul). A tecnologia, considerada antifraude, será exigida em todo o País a partir de 2029, conforme o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
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Campo Grande se adianta à lei nacional e já conta com postos equipados com bombas de combustível criptografadas, consideradas antifraude. A tecnologia, que será obrigatória em todo o país a partir de 2029, segundo o Inmetro, chega após a Operação Carbono Oculto revelar um esquema de fraudes em bombas de combustíveis com a participação do PCC. A operação, que mobilizou 1,4 mil agentes em oito estados, descobriu que cerca de mil postos movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024 em atividades ilegais. As bombas tradicionais permitem crimes como sonegação de impostos, adulteração de combustível e fraude na medição, onde dispositivos manipulam a contagem de litros. A bomba criptografada, com assinatura digital inviolável, trava o sistema em caso de tentativa de fraude. O presidente do Sinpetro-MS, Edson Lazarotto, afirma que a tecnologia traz mais segurança para consumidores e empresários, apesar do custo mais elevado, que chega a ser o dobro do preço das bombas tradicionais. O sindicato acredita que a modernização contribuirá para a redução de fraudes e o aumento da confiança dos consumidores.
Os postos que utilizam o sistema estão localizados na Avenida Rachid Neder com a Rua Doutor Arthur Jorge; no Posto Prudentão, na BR-163; e no Grupo LR, na saída para Três Lagoas, no Bairro Tiradentes.
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O assunto veio à tona após a deflagração da Operação Carbono Oculto, no dia 27 de agosto, que revelou um esquema de adulteração e fraudes em bombas de combustíveis, com a participação de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
A ação mobilizou 1,4 mil agentes e cumpriu 315 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Segundo a Receita Federal, aproximadamente mil postos de combustíveis movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024 em práticas ilegais, como sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis e manipulação em bombas de abastecimento. O esquema envolveu ainda ameaças de morte contra empresários do setor.
Em Iguatemi, a operação identificou um aumento suspeito e repentino no faturamento de uma distribuidora de combustíveis que passou da condição de inativa em 2020 para movimentar R$ 2,79 bilhões em 2021.
Com as bombas tradicionais, três tipos de crimes são mais comuns: sonegação de impostos, adulteração do combustível e fraude na medição do abastecimento.
No caso da medição, dispositivos clandestinos manipulam os pulsos de medição entre o visor e o tanque. Assim, o consumidor paga por uma quantidade de litros a mais do que a abastecida.
A bomba criptografada evita esse tipo de adulteração ao utilizar uma assinatura digital inviolável. Caso haja tentativa de fraude, o sistema trava ou apresenta erro, impedindo o abastecimento.
Para o presidente do Sinpetro-MS, Edson Lazarotto, a nova versão oferece mais segurança tanto para quem vende quanto para quem compra.
“Na verdade, é um estudo já realizado e aprovado pelo Inmetro e que irá trazer mais transparência e segurança tanto para o cliente quanto para o empresário”, destacou.
Lazarotto deixa claro também que as bombas atuais já são monitoradas. “Todas as bombas são monitoradas e autorizadas pelo Inmetro trimestralmente. O que ocorre é que essas novas bombas são mais seguras, pois têm novas tecnologias e oferecem total transparência tanto para os órgãos que fiscalizam quanto para o revendedor e para os consumidores”, explicou.
Mais caro - A modernização, no entanto, pesa no bolso do empresário. Segundo Lazarotto, o custo médio de uma bomba tradicional é de R$ 60 mil, enquanto a versão antifraude chega a R$ 120 mil, aumento de 50% no investimento por equipamento.
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