Com doações e parcerias, idosos ganham horta orgânica em asilo
Uma horta agroecológica com quatro mil mudas de hortaliças e três mil pés de abacaxis foi plantada no quintal do Asilo São João Bosco, em Campo Grande. O projeto só deu certo devido a uma parceria de funcionários públicos e empresas privadas que fizeram doações.
A ideia surgiu quando funcionários da SFA (Superintendência Federal de Agricultura) foram entregar luvas de procedimento no asilo, quando então, trabalhadores do local deram a ideia para que uma horta fosse feita no quintal. Quem conta a história é o agente de atividade de agropecuária da SFA, Valter Loeschner.
"Uma colega levou a ideia para mim, resolvi todos os trâmites de documentos e fui ver o terreno que estava com muito mato. Soube que há quatro anos tinha uma horta aqui e quem mantinha era a Secretaria de Agricultura da prefeitura, mas foi abandonada e era horta convencional", afirma.
A horta foi inaugurada na segunda-feira (30) durante a Semana dos Alimentos Orgânicos.
As hortaliças e frutas vão alimentar os idosos que moram no asilo. O excedente deve ser vendido para a população. São 12 variedades de alimentos: alface, salsinha, coentro, almeirão, rúcula, couve, tomate, milho, batata doce, caxi, beterraba e abobrinha.
Entre os abacaxis, há mandioca, feijão guandu, banana e até um pé de cacau. "Toda a área é com manejo de adubos verdes e o feijão é uma ótima leguminosa para fazer cobertura de canteiro. A horta faz parte de uma unidade de estudo e aqui tudo foi arborizado".
A Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Econômico) ajudou com a patrulha mecanizada, o trator, e a SFA com o diesel. "Um produtor fez a doação das oito mil mudas de abacaxi, mandioca e banana, conseguimos duas toneladas de calcário com a Mineração Bodoquena, ACQM doou 8 toneladas de composto orgânico e mais 4 toneladas com a Organoeste. A mão de obra para plantar e as mudas de hortaliças foram doadas pela Sedesc", alega.
Os funcionários da superintendência fizeram uma arrecadação entre eles e conseguiram R$ 1 mil para comprar os equipamentos de irrigação para horta.
No mesmo terreno, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) vai fazer uma farmácia viva, que é a plantação de ervas medicinais para fitoterapia.
De acordo com o fiscal federal agropecuário e integrante da CPOrg/MS (Comissão Estadual da Produção Orgânica), Maurício Normand Pecantet, a conscientização das pessoas é importante para o consumo de orgânicos.
Mato Grosso do Sul tem 115 produtores de orgânicos e produz anualmente de 700 a 1 mil toneladas. "O consumo é para o mercado interno e ainda estamos caminhando para expandir essa produção, já que há uma burocracia em torno disso e o custo é mais alto, em contrapartida a demanda é fantástica", informa.
A comissão realiza um trabalho chamado Pró-Orgânico, que trabalha com adolescentes para estimular a alimentação orgânica. "Através deles que vamos conseguir mudar as atitudes das pessoas para consumir os orgânicos e queremos unir consumidor e produtor para uma qualidade de vida melhor", enfatiza.