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Economia

Comerciantes da Rota Pantanal Bonito também querem lucrar em corredor bioceânico

Novas opções de mercado potencializam Aquidauana, Bodoquena, Bonito, Corumbá, Ladário, Jardim e Miranda

Por Izabela Cavalcanti | 13/10/2023 16:58
Morros no distrito de Piraputanga, município de Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Morros no distrito de Piraputanga, município de Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande. (Foto: Arquivo)

A Rota Bioceânica já tem revelado um leque de possibilidades turísticas em Mato Grosso do Sul, abrangendo não só Porto Murtinho, mas também a “Rota Pantanal Bonito”, em Aquidauana, Bodoquena, Bonito, Corumbá, Ladário, Jardim e Miranda. Nesses municípios, a expectativa já é de potencial crescimento e ampliação na oferta dos serviços.

Em visita a Mato Grosso do Sul, em setembro, o ministro de Carreira Diplomática de Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, disse que a Rota deverá abrir um mercado de 180 milhões de consumidores para Mato Grosso do Sul por meio de novos fluxos de comércio.

A agência de turismo 1Q, localizada em Bonito, já espera crescimento nas reservas de passeios, hospedagens e transportes. “É um fator que vai melhorar o fluxo e maximizar o tempo. Esperamos aumentar ainda mais as reservas”, diz a sócia-diretora da empresa, Sylvania Cordeiro.

Ainda de acordo com ela, um dos projetos é expandir as reservas também para outros municípios do Estado. “Nós somos uma agência focada em Bonito, porém, com a Rota Bioceânica estamos abrindo outras oportunidades, de outros produtos, justamente por conta dessa expansão, visando outros municípios também. A oportunidade está na porta, não podemos deixar passar”, destaca.

A expectativa é de aumentar ainda mais a lotação de reservas, chegando a 100% não só em Bonito, mas nos outros municípios que pretendem atender. O Igaratá Barco Hotel também está apostando as fichas para ampliar o acesso a mais pessoas. Segundo João Paulo Esteves, que trabalha na consultoria do local, a equipe já pensa em uma forma de divulgar o serviço em Espanhol para atingir os quatro países da Rota.

“Obviamente que vamos pensar em uma estratégia e fazer essa publicidade atingir os países que vão estar mais acessíveis pela rota. Eu acho que a rota deve trazer alguma visibilidade pela importância que ela terá”, pontua. João Paulo lembra também que neste ano, receberam cinco grupos da Bolívia, que chegaram por rotas alternativas.

“Evidentemente que a rota vai ajudar a chegar. Trabalhamos em longo prazo, esse ano esperamos estar formatando algo melhor para melhorar nossa taxa de ocupação em 2024, 2025”, comemora. Atualmente, são quatro barcos disponíveis para locação, podendo abrigar entre 16 a 40 pessoas. As embarcações saem no sábado e retornam na quinta-feira, viajando 300 km pelo rio até o Porto Índio.

Além disso, para completar a rota turística, a esperança também é a duplicação da BR-262, entre Campo Grande e Anastácio. A intenção também é que turistas possam viajar até Corumbá e dali, possam seguir por rodovia rumo a Porto Murtinho, que está recebendo investimentos em infraestrutura para integrar a Rota Bioceânica.

O projeto – O corredor bioceânico ligará o oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho como ponto de partida do Brasil. Além disso, vai passar por quatro países: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. O projeto inclui uma ponte internacional, estradas e alfândegas, e pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia.

O corredor poderá proporcionar redução de 25% a 30% nos custos na hora de escoar sua produção. O empreendimento é financiado pela Itaipu Binacional, com valor estimado de US$ 85 milhões e tem uma extensão de 1.294 metros. A expectativa é de que a rota seja consolidada efetivamente a partir de 2025.

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